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31/Mar/2021

Rações: projeção de aumento da produção em 2021

Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), a produção de ração animal e sal mineral atingiu 81,5 milhões de toneladas em 2020, representando crescimento de cerca de 5% em comparação com o ano anterior. A expectativa para 2021 é de crescimento conservador, da ordem de 2,3%, para 83,4 milhões de toneladas. No entanto, não está afastada a possibilidade de uma guinada na produção, assim como ocorreu em 2020. Na projeção para este ano, é considerado o cenário macroeconômico estagnado; a desvalorização do Real e a alta do dólar no ambiente doméstico; o demora nas reformas administrativa e tributária; o alto preço do milho e da soja e a disputa pelos grãos (ração animal e alimentação humana X etanol x biodiesel x exportações). Além disso, o desemprego e a redução da renda das famílias são eventos sucessivos que, combinados com o aumento da pandemia e a falta de imunizantes para atender a demanda por vacinas, eliminam a convicção otimista da rápida recuperação econômica e devem reduzir o desempenho registrado no ano passado.

Para o frango de corte, apesar do alto custo dos principais insumos (milho e farelo de soja, afora os aditivos importados e precificados em dólar), o auxílio emergencial e o persistente déficit interno chinês pelas carnes contribuíram na demanda, e em consequência asseguraram avanço de 4% na produção de rações para frangos de corte durante o ano de 2020. O elevado nível de preços do milho e farelo de soja demonstra resiliência e pode limitar em 1% o avanço da demanda por rações ao longo de 2021. Para o setor de postura, o crescente e contínuo alojamento de poedeiras, apurado em boa parte do ano passado, culminou na demanda de 7,2 milhões de toneladas de rações, avanço da ordem de 5%. Ao longo de 2021 a moderação no alojamento deve se ajustar naturalmente à demanda mais fraca e em consequência a produção de rações para galinhas de postura avançar 2% e contabilizar 7,3 milhões de toneladas no corrente ano.

Quanto aos suínos, a demanda chinesa e o auxílio emergencial dinamizaram a cadeia produtiva que demandou 18,8 milhões de toneladas de rações para suínos em 2020. É provável que o ritmo contínuo ainda verificado nos embarques ao exterior permita estimar a produção de 19,3 milhões de toneladas e avanço de 3% durante o corrente ano. Para a pecuária de leite, o plantel de bovinos leiteiros demandou 6,4 milhões de toneladas durante o ano passado, um avanço da ordem de 3,1%. O encarecimento da alimentação dos animais por conta do forte aumento do preço do milho, farelo de soja e dos insumos importados ainda sem previsão de retrocesso pode limitar a produção das rações a 6,6 milhões de toneladas e culminar no avanço de pouco mais de 2% em 2021. Para os bovinos de corte, durante o ano de 2020, a produção de rações e concentrados alcançou 5,48 milhões de toneladas e incremento de 6%.

Considerando a continuidade do bom desempenho exportador da carne vermelha, é até provável apurar a produção de 5,73 milhões de toneladas, ou um avanço de 4,5%. Quanto aos peixes e camarões, o sucesso apurado por conta do sistema de produção integrado e a motivação das demais categorias de produtores que povoaram bastante impulsionou a produção de rações para peixes que somou 1,29 milhão de toneladas em 2020. Os efeitos da pandemia (prós e contra) também influenciaram sobremaneira a criação de camarões, cuja produção demandou 92 mil toneladas de rações. Os hábitos de consumo impostos pela pandemia podem levar à demanda de 1,46 milhão de toneladas de rações em 2021 e assim repetir o avanço da ordem de 6% apurado no ano passado. Para cães e gatos, à exemplo do setor de petshops que vendeu 13% mais, de janeiro a dezembro do ano passado, a demanda pela alimentação industrializada superou 10% e contabilizou 3,1 milhões de toneladas. A previsão para 2021 é produzir cerca de 3,23 milhões de toneladas e avançar outros 4,5%. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.