15/Mar/2021

A Bayer anunciou, na sexta-feira (12/03), os resultados do setor de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da empresa, que passou a comercializar dez novas formulações para proteção de cultivos e mais de 430 novos híbridos e variedades de milho, soja, algodão e vegetais em 2020. Segundo a empresa, três projetos de biotecnologia se aproximam da fase de lançamento e houve avanço em oito novos ativos de proteção de cultivos de pequenas moléculas. A Bayer informou que investe anualmente 2 bilhões de euros em pesquisa e desenvolvimento na área de proteção de cultivos (Crop Science). Para o Brasil, o projeto mais importante destacado em entrevista coletiva pelo head da área de pesquisa e desenvolvimento da Bayer, Bob Reiter, é a soja Intacta 2 Xtend, que deverá ser lançada no Brasil até o fim do ano.

"Será nosso produto de proteção contra insetos de segunda geração que ajudará nossos clientes a ter um controle mais amplo de insetos em seus campos de soja, além de aumentar a durabilidade dos produtos que eles estão utilizando hoje", disse Reiter. A Intacta 2 Xtend tem maior proteção contra lagartas da cultura da soja, com defesa contra a Helicoverpa armigera e Spodoptera cosmioides, além das quatro que já eram alvo da tecnologia RR2, e permite controle mais amplo de plantas daninhas pela tolerância aos herbicidas glifosato e dicamba. "Apresentaremos no fim da década uma atualização para essa proteção contra insetos, criando mais durabilidade, adicionando novos modos de ação para controlar as pragas que existem para a soja na América do Sul." Com relação às aprovações de biotecnologia pela China, Reiter destacou que é possível ver uma tendência recente de maior velocidade.

"Temos visto, eu diria, nos últimos 12 meses, uma melhora nas aprovações de produtos tanto no milho quanto na soja. Acreditamos que parte disso esteja relacionada a alguns dos compromissos assumidos pela China com o governo dos Estados Unidos no que diz respeito à primeira fase de seu acordo comercial, em que toda essa questão de aprovações de biotecnologia foi um ponto importante da perspectiva do governo dos Estados Unidos", disse o executivo. Ele apontou ainda a influência da demanda por soja e dos problemas com a safra de milho local. "É certamente uma boa tendência de curto prazo que estamos observando e esperamos que se estenda a uma tendência de longo prazo." Outro projeto destaque em desenvolvimento pela empresa apresentado na coletiva é o milho de baixa estatura, que melhoraria a habilidade da planta de se manter de pé frente a adversidades climáticas como ventos fortes e permitiria maior facilidade de entrada de equipamentos nas lavouras, sem afetar o potencial de rendimento do cereal.

Para isso, a Bayer está apostando numa combinação de três tecnologias: melhoramento genético, biotecnologia e edição de genes. "Portanto, várias maneiras de criar milho de baixa estatura para vários mercados, e achamos que isso será uma verdadeira virada de jogo na produção de milho no futuro." A primeira versão, obtida por melhoramento, deve ser apresentada aos produtores dos Estados Unidos por volta de 2023. Já a versão com biotecnologia pode ser lançada por volta de 2027 no país, segundo Reiter. "Também estamos trabalhando com milho de baixa estatura usando nossos recursos de melhoramento na América do Sul e na Europa. E eu diria que em ambas as geografias as introduções provavelmente ocorrerão no período entre 2023 e 2027." Fonte: Agência Estado.