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11/Mar/2021

Biodefensivos: mercado teve forte avanço em 2020

O mercado de defensivos agrícolas no Brasil fechou 2020 em US $ 11,8 bilhões contra US $ 12,7 bilhões em 2019. O principal motivo dessa queda de 7%, foi o câmbio, com a forte desvalorização do Real, e com a antecipação de compras por parte dos agricultores 2020/2021 e 2021/2022 devido aos fortes preços da soja, milho, algodão e açúcar. As quatro grandes empresas representaram 57,5% do mercado, evidenciando o aumento de produtos pós-patenteados no mercado e com um forte crescimento da Ouro Fino, uma empresa brasileira, que hoje faz parte das 10 maiores empresas de defensivos agrícolas do Brasil. Outro ponto que chamou a atenção no mercado foi o forte crescimento do mercado de biológicos que cresceu 34% em relação a 2019, e já representando 2,5% do mercado.

Algumas projeções apontam que os produtos biológicos representarão 20% do mercado em 2025. A soja representou 59% das vendas e a cana-de-açúcar 27%. Os produtos biológicos são divididos em importância e indicação da seguinte forma: inseticidas com 41% de participação, nematicidas (35%) e fungicidas (24%). Os principais motivo para esse crescimento foram: maior resistência a pragas e doenças, com queda acentuada no desempenho de produtos químicos e fornecimento limitado de novas moléculas; destruição indiscriminada de insetos benéficos e consequente surto de pragas secundárias; diminuição da atividade biológica do solo com consequentes impactos na produtividade das culturas; consumidores em todo o mundo exigindo postura comercial mais sustentável e consciente por parte das empresas, levando-as a ofertarem produtos biológicos no seu portfólio; apoio do governo federal para o setor de bioinsumos com a menor desburocratização do setor.

Outra razão para esse forte crescimento foi a dificuldade de controle das pragas e doenças de difícil controle por métodos tradicionais, visto que antigos agroquímicos que controlavam essas pragas foram banidos do mercado, sendo necessário criar novas alternativas, dentre os exemplos dessas pragas e doenças de difícil controle estão nematóides, mofo branco, ferrugem da soja, moscas-brancas, percevejos e cigarrinhas. Outra forte razão, são que os biológicos, estão muito mais alinhados com o futuro do setor agrícola, como o consumo consciente através de uma agroindústria mais lógica e mais tecnológica e com a necessidade de uma nova agricultura, mas nem tudo é otimismo no setor, visto que existem alguns problemas a resolver como: formulações mais modernas, onde é urgente a necessidade de melhorar a qualidade e investir em novas tecnologias, que já são utilizadas em outros setores como o de medicamentos (exemplo: antibióticos que não precisam de armazenamento e com tempo de prateleira superior); prazo de validade e armazenamento, pois não é fácil para os distribuidores lidar com o curto período de validade e armazenar produtos em geladeiras e freezers; confiabilidade é uma a barreira de entrada neste setor, pois muitas empresas entram sem boa qualidade gerando resultados insatisfatórios e desconfiança; melhor explicação sobre o manejo consciente, pois biológicos e produtos para proteção de cultivos terão que ser usados em conjunto para melhorar o controle e melhores resultados, além do fato de que os biológicos precisam ser usados consistentemente para maior controle. Na agricultura, serão produtos que irão ajudar muito o produtor a melhorar a produtividade e a qualidade de seus cultivos por um melhor controle de pragas e doenças, e o que é melhor, de uma forma sustentável.