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02/Mar/2021

Logística: Porto de Itaqui ampliará os embarques

O Porto do Itaqui (MA), líder no Arco Norte em exportação de soja e segundo maior da região em embarques de milho, prevê superar neste ano a marca de 13 milhões de toneladas movimentadas desses grãos e de farelo de soja. Tal volume ultrapassaria os 12,1 milhões de toneladas de 2020, total já 8,5% superior ao do ano anterior. O aumento da movimentação esperado nos dois terminais que fazem exportação de grãos em Itaqui, o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) e o Terminal Portuário São Luís (TP São Luís), e o crescimento previsto para a produção agrícola na área atendida pelo porto MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e na Região Centro-Oeste, devem contribuir para o melhor resultado. Só o Tegram movimentou, em 2020, 7,6 milhões de toneladas, sendo 6,3 milhões de toneladas de soja e 1,3 milhão de toneladas de milho. A expectativa para este ano é alcançar entre 8 milhões e 8,2 milhões de toneladas.

O Tegram é administrado pelo consórcio de mesmo nome, formado pelas empresas Terminal Corredor Norte (ligada à trading NovaAgri, com participação da CHS), Glencore Serviços (da trading Glencore), Corredor Logística e Infraestrutura (adquirido pela gestora de private equity IG4 da trading CGG) e ALZ Terminais Portuários (das tradings Amaggi, Louis Dreyfus e Zen-Noh Grain). O Terminal Portuário São Luís, operado pela VLI, movimentou no ano passado 4,5 milhões de toneladas, sendo metade soja e metade milho. Para este ano, a expectativa é de crescimento em torno de 10%. As previsões repassadas pelos terminais costumam ser conservadoras, podendo ser superadas ao longo do ano, dependendo do volume de produção e das condições do mercado. Após os primeiros cinco anos do Tegram, quando ocorreu um salto de movimentação, com a absorção de cargas que antes seguiam para as Regiões Sul e Sudeste, a tendência é de que o aumento dos volumes a partir de agora acompanhe o crescimento de produção da região de atração de cargas do porto.

O Tegram espera atingir a sua capacidade total, de 15 milhões de toneladas por ano, por volta de 2025. Esta capacidade já está instalada desde setembro do ano passado, quando a obra de ampliação para a segunda fase do terminal foi concluída. A tendência é um crescimento mais moderado e talvez sejam possíveis expansões necessárias para grãos. O Porto tem áreas disponíveis para uma possível terceira fase do Tegram se o mercado assim o demandar. O TP São Luís, que também opera outras cargas (ferro gusa e minério de manganês), tem capacidade para até 5 milhões de toneladas de grãos por ano. Para receber a safra 2020/2021 de soja que deve chegar ao Porto em breve, a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) requalificou o asfalto e o concreto de vias (ruas e avenidas internas, pátios e rampas) do porto para aguentar o peso do tráfego de carretas de até 60 toneladas. Atualmente, metade das cargas chega a Itaqui por caminhão e a outra metade por trem.

O porto tem conexão ferroviária direta com a Estrada de Ferro Carajás e a Transnordestina, além de uma conexão indireta com a Ferrovia Norte-Sul, que se liga à Estada de Ferro Carajás em Açailândia (MA). Já o acesso rodoviário se dá pelas BRs 135 e 222, que se conectam a outras rodovias federais e estaduais. O Porto de Itaqui também ganhou novas áreas de apoio logístico com pátios para veículos. Há três novas áreas construídas pela iniciativa privada, com serviços, atendimento e agendamento, e os caminhões utilizam esses pátios ao longo do acesso ao Porto. Além das condições de serviço, eles também fazem o agendamento com os terminais do Porto. Assim, há mais capacidade de receber caminhões no complexo. No pico da safra, o volume embarcado por mês poderá superar 2 milhões de toneladas. O grosso da carga a ser recebida de soja vem do MATOPIBA e de milho de Mato Grosso. A safra do Maranhão deve começar a chegar no começo de março.

A safra deste ano atrasou, mas as projeções de colheita são animadoras. Conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de soja das Regiões Norte e Nordeste deve crescer 2%, para 19,101 milhões de toneladas, enquanto a 2ª safra de 2021 de Mato Grosso deve aumentar 3,3%, para 35,763 milhões de toneladas. Para aumentar a entrada e saída de cargas por ferrovia nos próximos anos, um dos projetos é a construção de uma pera ferroviária, nome dado a uma estrutura circular que permite o transbordo da carga sem desmembrar o trem. Esse projeto pode ser feito por fases, de acordo com a necessidade. O projeto básico foi aprovado com licença prévia e agora está na fase de modelagem, com discussões com o Ministério da Infraestrutura, conforme o representante. A expectativa é de que essa fase possa ser concluída até o fim do primeiro semestre. Talvez no segundo semestre haja algo mais definitivo para fazer o lançamento de algum edital ou de uma proposta de manifestação de interesse. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.