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05/Fev/2021

Máquinas: reajustes do aço impactam toda cadeia

Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), os recentes reajustes dos preços do aço têm um impacto extremamente forte para fabricantes de máquinas agrícolas e vêm sendo repassados aos produtores. O aço permeia toda a cadeia produtiva, poucos componentes (de máquinas e implementos agrícolas) não utilizam aço como insumo. Então, o aumento dos preços impacta a cadeia, os fornecedores de componentes e o que é produzido internamente nas fábricas. Só neste ano, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou dois aumentos, um de 10% no início de janeiro e outro de 15%, que passaram a vigorar no dia 1º de fevereiro. Usiminas e Gerdau não falam sobre preços, mas as empresas seguiriam na mesma direção, acompanhando a alta dos preços internacionais do produto. A valorização do aço está associada ainda ao aquecimento no mercado brasileiro de setores como construção civil, linha branca e de máquinas agrícolas.

Apesar de a indústria buscar utilizar itens já em estoque, é impossível absorver os reajustes do aço e os aumentos de custo de modo de geral. A valorização do câmbio também entra nesta conta, já que todas as máquinas têm componentes importados, em maior ou menor medida. Em média, 30% dos itens vem de outros países. O percentual varia conforme o modelo e o porte da máquina. Componentes nacionais passaram por apreciação, já que são formados por aço. Hoje, há um aumento de custos generalizado. Sobre o efeito deste cenário sobre a demanda no campo, a entidade afirma ser difícil avaliar agora pela falta de dados da fabricante John Deere, que deixou a entidade em novembro do ano passado e fez com que a Anfavea interrompesse temporariamente a divulgação de dados sobre o segmento de máquinas agrícolas. O ritmo da produção ainda é mais lento do que padrão em decorrência das condições limitadas em que as fábricas seguem operando por causa da pandemia de Covid-19.

A produção foi retomada em meados do ano passado (após um curto período de paralisação entre abril e maio), mas as fábricas, em diferentes cidades, voltaram subordinadas a legislações que estabeleceram tetos de funcionários trabalhando, dependendo da situação de cada cidade. Além disso, todas as empresas estão com grupos de risco afastados, distantes da linha de produção. Com a segunda onda de Covid-19, começou a ter o problema de escassez de aço no mercado, então pode acontecer de ter funcionários na fábrica, mas não ter componente. À medida que a entrega de componentes se torna mais crítica, o impacto é total na produção, porque um trator tem entre 3 mil e 3,5 mil componentes. Hoje, é impossível prever quando haverá uma normalização do ritmo de produção. Isso depende da diminuição das restrições de circulação, da economia global e da consequente demanda por aço e outros metais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.