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04/Fev/2021

Defensivos: novo bioinseticida disponível no Brasil

Um pesticida composto por uma mistura inédita de dois isolados da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt) é o mais novo bioproduto indicado para controlar a lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda, e a falsa-medideira, Chrysodeixis includens. O Acera (nome comercial) foi desenvolvido com tecnologia Embrapa e concebido em parceria com a Ballagro Agro Tecnologia, empresa que o comercializará. A Bacillus thuringiensis (Bt) é uma bactéria que produz proteínas com propriedades tóxicas específicas para insetos e que são inofensivas para humanos e outros vertebrados. Diferentemente de pesticidas químicos, é inócuo para o meio ambiente. O produto deve ser pulverizado sobre as folhas, e, ao comê-las, as lagartas são afetadas pela ação dessas proteínas. A grande vantagem desse produto biológico à base de Bt é que ele não afeta o meio ambiente, não intoxica aplicadores, não mata os inimigos naturais das pragas e não polui rios e nascentes, contribuindo para a sustentabilidade.

O Acera foi registrado para o controle dessas duas espécies de lagarta e poderá ser usado em culturas como soja, milho, algodão e diversas outras. Os dois isolados de Bt usados como matéria-prima do bioproduto vieram da coleção da Embrapa Milho e Sorgo (MG). A cada ano, por questões complexas diversas, observa-se um aumento da resistência das principais pragas controladas por cultivares transgênicas. Consequentemente, ocorre a ampliação do uso do controle químico em complemento aos transgênicos, na tentativa de reduzir perdas na produção agrícola. Tudo isso acarreta prejuízos econômicos, sociais e ambientais expressivos. Por reunir duas cepas da bactéria Bt, com modos de ação distintos e complementares, o Acera dificulta o aparecimento de resistência das lagartas ao produto. Por esses motivos, o uso de novos inseticidas microbiológicos é uma importante alternativa para o controle da lagarta-falsa-medideira e da lagarta-do-cartucho, especialmente para os cultivos de milho, soja e algodão, nos quais o ataque da praga é mais expressivo.

Os bioinseticidas também contribuem para a sustentabilidade dos cultivos. Pela sua especificidade biológica, atacam somente os insetos-alvo, promovem maior equilíbrio da biodiversidade em comparação aos químicos, favorecendo a manutenção de inimigos naturais no campo. Os inimigos naturais são insetos que ajudam a controlar as pragas, e quando é empregado o controle químico na lavoura, eles também são afetados. Em 2020, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) registrou 95 defensivos de baixo impacto. Esse é o maior número de registros de produtos desse perfil em um mesmo ano. Os biopesticidas são importantes ferramentas para tornar a agricultura brasileira ainda mais sustentável. Atualmente, soma-se um total de 411 produtos de baixo impacto disponíveis para os produtores. Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.