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18/Dez/2020

Irrigação: previsão é de crescimento para 2021

Segundo a Valmont, assim como em 2020, a área irrigada no Brasil deve voltar a crescer acima da média. Se neste ano o País ganhou 250 mil novos hectares irrigados, 20% a mais do que o incremento de 2019, em 2021 poderá contabilizar mais 287 mil hectares, ou 15% adicionais. Neste ano, a área total irrigada deve chegar a 7,250 milhões de hectares. Para o primeiro semestre de 2021, a perspectiva segue positiva. Como produtores anteciparam as vendas da soja que está em desenvolvimento no campo e do milho que será plantado a partir de fevereiro, e negociaram esta produção a preços elevados, em dados momentos, recordes, já garantiram os custos de produção e têm recursos para continuar investindo. Pelo menos no primeiro semestre, a tendência deve ser positiva.

No segundo semestre, vai depender do câmbio e do valor das commodities agrícolas. Por mais que a soja a ser colhida esteja vendida, o produtor plantou com custos maiores (com câmbio em torno de R$ 5,00), então a rentabilidade não deve ser a mesma de 2020. Outro fator de incerteza será o crédito ofertado a partir de julho no Plano Safra 2021/2022, com taxas de juros subsidiadas pelo governo, do qual o setor ainda é dependente. O volume e as condições das linhas influenciarão o apetite dos produtores por sistemas de irrigação. O Moderinfra, principal programa do governo voltado a financiar os equipamentos e cujo orçamento para 2020/2021 foi de R$ 600 milhões, segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), está quase esgotado.

No fim de novembro, o banco informou ter suspendido novas contratações, prática adotada neste ano quando o volume comprometido chega próximo de 80%. Felizmente para as empresas do setor, a Selic baixa aumentou a atratividade de linhas com juros de mercado. Outras linhas estão se mostrando viáveis, os bancos privados têm algumas opções. O Moderinfra sustenta em torno de 50% das vendas, mas já foi 70%, há uns três anos. Apesar do avanço considerável verificado neste ano, mesmo que o País ganhe 300 mil hectares irrigados adicionais por ano, em dez anos seriam apenas 3 milhões de hectares. Em todo o País, são 24 mil pivôs centrais instalados atualmente, enquanto nos Estados Unidos são 240 mil.

Um dos empecilhos ao avanço da irrigação é o fato de que, em alguns casos, os produtores rurais precisam fazer pequenas barragens em rios para ter a água necessária para os equipamentos, o que implica mexer na Área de Proteção Permanente (APP). É permitido para mineração, mas não para agricultura e alimentação. A percepção é de que há boa vontade dos ministérios da Agricultura e de Desenvolvimento Regional em rever esse ponto, mas não se espera que a questão seja solucionada no próximo ano. Outro entrave, é a falta de energia elétrica em algumas localidades, necessária para os equipamentos. A fim de reduzir os efeitos dessa lacuna, a Valmont comprou em junho a Solbras - Energia Solar do Brasil e, em julho, lançou o primeiro pivô do mundo acionado exclusivamente por energia solar. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.