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09/Dez/2020

Tecnologia: FAO terá plataforma sobre inovações

A transformação digital da agropecuária está na agenda de empresas, governos e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), que planeja lançar uma plataforma internacional com diretrizes para equilibrar os benefícios e possíveis impactos negativos do uso dessas tecnologias no campo. A proposta partiu de 74 ministros da Agricultura reunidos em fórum global na Alemanha no ano passado e foi abraçada pela Organização Mundial de Agricultores (WFO), empresas de tecnologia como IBM e Microsoft e pelo próprio diretor geral da FAO, QU Dongyu, que defende ferramentas algorítmicas que usam inteligência artificial devem ser guiadas pelos direitos humanos e princípios de saúde animal, bem como por considerações relativas ao meio ambiente, biodiversidade e segurança alimentar.

Para a FAO, uma agricultura mais produtiva, sustentável e eficiente gera um grande impacto na redução da pobreza e as oportunidades do mundo digital são grandes, embora existam desafios regulatórios importantes principalmente no âmbito de privacidade de dados dos produtores. A internet das coisas gera uma série de informações que podem ser armazenadas e analisadas para suportar o avanço da inteligência artificial. O blockchain traz ganhos de segurança nas transações ao longo da cadeia. A entidade é a favor da inovação, da tecnologia, do Big Data, mas está ciente também da importância do papel de controle das instituições e governos. O objetivo da plataforma é abrir o diálogo sobre o caminho para a tecnificação da produção de alimentos e para a discussão de melhores práticas com a cadeia.

A plataforma é sobre políticas, recomendações e diretrizes. Não é uma regulação nacional ou internacional, mas dá instrumentos para guiar os legisladores. Existe um vácuo hoje na observação de temas centrais para agricultura e alimentação em fóruns obrigatórios de economia digital, e ainda há meandros que merecem atenção especial. Do ponto de vista do produtor, há questões de privacidade de dados. Em relação à inteligência artificial, de direitos humanos, segurança alimentar, preservação ambiental e bem-estar animal. Na automação, ainda é preciso um olhar sobre desemprego, economia rural e mudanças sociais. O objetivo é complementar o que já existe e dar ênfase na agricultura.

São aliadas nessa missão a União Internacional de Telecomunicações (ITU), que discute formas de viabilizar a infraestrutura para conectividade; o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, voltado à erradicação da pobreza; e o Fórum de Governança da Internet, que discute direitos humanos nas regulamentações. Os próximos passos na construção da Plataforma para Alimentação e Agricultura Digital da FAO serão dados ao lado de toda cadeia. O compromisso é de mapear os desafios para a agricultura digital por meio de consultas online e preparar a agenda de prioridades, envolvendo doadores no desenvolvimento de um plano de financiamento sustentável para a iniciativa. Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.