25/Nov/2020
Durante o Summit Agronegócio Brasil 2020, a John Deere para América Latina afirmou que a conectividade no campo vai além de alimentar o fluxo de dados de máquinas agrícolas, mas abrange também a conexão de pessoas. O papel da indústria é mostrar para as operadoras que existe demanda de tráfego de dados no campo, com os produtores utilizando a comunicação e a tecnologia para mudar a forma de administrar as suas fazendas. Além da demanda, é preciso reforçar que o campo apresenta ótimas condições para implementação de maior conectividade, com produtores bem capitalizados dispostos a fazerem investimentos nesse aspecto e regulamentação muito bem descrita. As operadoras já estão fazendo testes pilotos, mas precisam entender que o volume de dados gerados no campo por máquinas, pessoas e estações meteorológicas vai proporcionar uma quantidade suficiente para tornar essa aplicação tecnológica rentável.
A chegada da conexão 3G ou 4G já seria suficiente para começar a mudar a vida no campo e possibilitar um grande salto em termos de eficiência, produção de alimentos, além do uso racional e eficiente de insumos. É preciso avançar nessa área para chegar à agricultura 5.0. A aptidão do Brasil é a produção agrícola e o País não é mais o celeiro do mundo, mas sim responsável pela segurança alimentar global. Dessa forma, a conectividade vai levar a agricultura a outro patamar de produção, sem a necessidade de abrir novas áreas produtivas e garantindo o rastreamento desses alimentos. Em relação à mão-de-obra no campo, a John Deere afirmou que haverá uma evolução do trabalho, com a exigência de profissionais mais qualificados. E citou como exemplo os trabalhadores que migraram do trabalho pesado realizado nos canaviais para a operação de máquinas agrícolas quando houve a mecanização das lavouras. Nesse sentido, os centros de monitoramento e controle tecnológico vão gerar novas funções.
Esse controle vai necessitar de pessoas, apesar da automação. A inteligência artificial traz informações para tomada de decisões, mas o fator de decisão continua sendo humano. A conectividade deve promover um êxodo inverso, da cidade para o campo, diferentemente do movimento observado no passado. Haverá uma migração das pessoas para o interior, em busca de qualidade de vida e comodidade, que será trazida com o avanço tecnológico nessas regiões. A pandemia trouxe aceleração no uso da tecnologia e isso vai ser um grande ponto de desbloqueio e destrave da visão das operadoras. Por último, foi citada uma plataforma desenvolvida pela John Deere que permite a automação de operações nas fazendas e possui um sistema operacional compartilhado e aberto. Outras empresas podem acessar, inclusive concorrentes, e podem utilizar. No sistema, o produtor pode centralizar as informações coletadas dentro da propriedade e escolher com quem e como compartilhá-las. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.