19/Out/2020

O fornecimento global de componentes e peças para a fabricação de máquinas agrícolas ainda não foi normalizado, com fornecedores de diversas partes do mundo buscando retomar a produção e dificuldades no transporte aéreo dos produtos, conforme comentou o vice-presidente da New Holland Agriculture América Latina, Rafael Miotto. Apesar disso, a demanda interna aquecida faz com que a companhia trabalhe com capacidade máxima, de acordo com o executivo. "Estamos trabalhando a todo o vapor em todas as plantas, com capacidade máxima. Mas, ainda não está do jeito que a gente queria, porque é difícil conseguir um frete aéreo, de um fornecedor da China, por exemplo", contou o executivo durante evento online de lançamento de quatro colheitadeiras das linhas TC e TX.

"Até agora a produção não normalizou, porque todas as cadeias que fornecem componentes tiveram de dar uma parada. A Índia (fábricas do país) parou, e ela fornece componentes (para a empresa)", explicou. O cenário para o agronegócio brasileiro, em contrapartida, tem contribuído para o setor, que sentiu o impacto das medidas de isolamento social impostas no Brasil a partir de março. Miotto lembrou que, por causa da quarentena, algumas plantas permaneceram paradas por um mês. "Como em todas as empresas, nós sentimos o impacto no primeiro momento, houve uma retração. Mas, estamos vivendo um dos melhores anos da história do agro, com arroz, feijão, milho, trigo, soja, tudo com bom preço.

Isso ajuda a nossa indústria", disse. "Estamos terminando o ano de forma saudável", continuou. A New Holland apresentou na sexta-feira (16/10) 4 modelos de colheitadeiras: 2 da linha TC, TC 4.90, com motor de 227 cavalos, e TC 5.90, de 272 cavalos; e outros 2 da linha TX, derivada da TC: a TX 4.90, de 227 cavalos, e a TX 5.90, de 272 cavalos. A companhia levou cinco anos para desenvolver as novas máquinas, buscando manter características da TC bem aceitas pelo mercado e ao mesmo tempo atender a novas demandas, como maior versatilidade para uso em diversas culturas, mais capacidade de colheita e performance e, também, de conforto para o produtor ou operador.

"Nunca testamos tanto um produto. Nos preocupamos em trazer mudanças honestas, simples, úteis, sem exageros ou complicações", disse Miotto no evento. Os investimentos envolvidos não foram informados. O diretor de Marketing de Produto da New Holland Agriculture para a América do Sul, Cláudio Calaça, que também participou do lançamento, explicou que as colheitadeiras foram desenvolvidas e serão destinadas a todos os tipos de cultura e portes de produtores. O conforto na cabine recebeu atenção especial, segundo o executivo. "Com as altas produtividades e janelas mais curtas de colheita, é cada vez mais necessário que o produtor e o operador estejam em ambiente confortável para trabalhar horas a fio no campo", comentou.

Para proporcionar esse conforto, por exemplo, uma das mudanças feitas é que a cabine agora é separada do corpo da colheitadeira, o que reduz as vibrações e o ruído. Apesar de dirigida a todas as culturas, algumas devem impulsionar de forma mais acentuada as vendas das novas máquinas, como soja, milho e arroz, de acordo com o diretor de Mercado Brasil da New Holland Agriculture, Eduardo Kerbauy. Miotto disse acreditar também que produtores de culturas de inverno, como trigo e cevada, e de feijão, deverão participar de forma expressiva da demanda pelos produtos. Fonte: Agência Estado.