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03/Set/2020

Fertilizantes: produtores elevam os investimentos

A rentabilidade das commodities e a comercialização antecipada da safra de grãos 2020/2021 puxaram o investimento em adubos para a temporada iniciada em julho. A demanda por esse insumo no País deve crescer entre 2% e 3% no ano, para um volume entre 37 milhões de toneladas e 37,5 milhões de toneladas entregues. A relação de troca entre fertilizante e grão está mais favorável ao produtor entre 25% a 30% ante o ciclo anterior, o que impulsiona o investimento do agricultor. Somada a isso, as expectativas positivas para a nova colheita também têm incentivado o uso de tecnologias nas lavouras. Na comparação entre as temporadas, o preço dos adubos subiu, mas a valorização dos grãos foi superior, o que compensa o maior desembolso com os insumos. A demanda de adubos para soja e milho vai puxar o resultado (esses grãos terão incremento de área plantada). Dois terços desse montante, 67%, deve ser empregado nas culturas de verão: soja (44%), milho (16%) e algodão (7%).

A safra brasileira de verão (1ª safra 2020/2021) começa a ser plantada neste mês e praticamente todo volume de adubos a ser utilizado nas lavouras já foi vendido. Agora, os produtores se concentram nas entregas. As compras foram antecipadas, especialmente em abril e maio. As entregas ganharam força a partir de julho e, apesar da distribuição concentrada neste período, a logística ocorre sem problemas. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), em Mato Grosso, maior produtor de grãos do País, 50,4% da safra 2020/2021 de soja foi comercializada antecipadamente, o que contribui para o apetite de compras do produtor. Portanto, o produtor sabe a receita que terá na colheita e pode planejar os custos e investir em tecnologias para alcançar maior produtividade. Além da venda adiantada, a perspectiva de incremento de 2,2% na área plantada com soja no Estado, para 10,207 milhões de hectares, também explica o maior consumo de adubos em Mato Grosso.

Essa área adicional que será destinada às lavouras de soja na maior parte era usada para pastagem, o que exige um investimento mais pesado em fertilização do solo. No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Estado (Seab), também aponta aumento da área plantada com soja e com milho, de 1% no ciclo 2020/2021, para 5,530 milhões de hectares e 358,6 mil hectares, respectivamente. O produtor capitalizado tende a comprar um pouco mais de fertilizante para aumentar a produtividade e maximizar rentabilidade, embora não seja um incremento expressivo. E na época das compras, a relação de troca estava muito favorável o que elevou o investimento. As entregas de insumos devem ganhar ritmo a partir de 11 de setembro, início da janela de plantio de soja no Estado.

Há casos pontuais de propriedades com estrutura para armazenar adubo, mas a maior parte fica alocada nas cooperativas e o produtor busca conforme a necessidade e o ritmo de semeadura. Em compensação, no Rio Grande do Sul o cenário é um pouco menos atraente para o investimento do produtor nas lavouras da safra 2020/2021. A safra 2019/2020 de grãos do foi 30% inferior que a colhida no ciclo anterior e as lavouras de trigo também devem apresentar rendimento menor do que o esperado. A Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja-RS) acredita que, diante dessa conjuntura, o gasto dos produtores do Estado com adubos deve ser comedido, mas descarta retração no consumo. A quebra na produção 2019/2020 e o comprometimento da safra de trigo 2020 devem frear a aplicação adicional de insumos. Mas, o produtor tende a usar o volume mínimo necessário dentro da normalidade para obter uma safra boa. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.