25/Ago/2020
Apesar dos ruídos de mercado que tomaram a semana anterior, com indústrias e produtores preocupados com uma possível menor oferta de potássio por Belarus, os preços do cloreto de potássio (Kcl) permanecem estáveis no Brasil. Na semana encerrada na quinta-feira (20/08), a média das cotações ficou em US$ 240,00 por tonelada posto em porto brasileiro e em US$ 235,00 por tonelada FOB Vancouver, o que representa estabilidade ante a semana anterior, encerrada em 13 de agosto. Os dados são de relatórios internacionais de preços. Nos últimos dias, a preocupação do setor acendeu com rumores de que greves trabalhistas na Belarus poderiam paralisar os trabalhos nas minas estatais de potássio.
O país controla 20% da produção mundial do insumo e atende por 25% da exportação mundial. Contudo, na sexta-feira (21/08), a estatal Belaruskali, uma das maiores produtoras do país, informou que todas suas operações estão produzindo conforme o planejamento normal, ao contrário de outras informações que foram divulgadas no decorrer da semana passada. O posicionamento da empresa acalmou o mercado. Entretanto, a cautela permanece, em virtude do acirramento da crise política no país no fim de semana com a continuidade de greves de trabalhadores. Nesta segunda-feira (24/08), a estatal ainda não se manifestou sobre o andamento de suas operações. Não há risco de desabastecimento, mas há risco sério de aumento de preços se o problema se prolongar.
Se a conturbação social for resolvida em uma a duas semanas, o impacto nos preços deve ser entre US$ 10,00 e US$ 20,00 por tonelada; porém se o problema se prolongar por dois a três meses, os preços podem subir até US$ 70,00 por tonelada. O Brasil é o maior importador de cloreto de potássio do mundo e deve consumir entre 11 milhões de toneladas e 12 milhões de toneladas do adubo neste ano. Em uma conjuntura de eventual aumento acentuado dos preços, a tendência é que os produtores brasileiros apliquem menor volume de cloreto de potássio na 2ª safra de 2021, já que parte do ativo se acumula no solo entre uma safra e outra. As vendas de adubos para uso em 2021 estão adiantadas, em mais de 30% para o primeiro semestre.
Para o que ainda resta adquirir, o produtor pode optar por comprar menor volume, em caso de alta maciça das cotações. A adubação da safra brasileira de grãos de verão (1ª safra 2020/2021) não deve ser afetada, porque mais de 80% dos insumos a serem utilizados nas lavouras já foram adquiridos pelos produtores. Segundo o Rabobank, se a relação de troca for custosa (volume necessário de determinada commodity para comprar uma tonelada de insumo), a adubação para a 2ª safra de 2021 pode ser prejudicada com produtores não aplicando o produto na totalidade das lavouras. O cloreto de potássio permite aplicação bianual, sem grandes perdas de rendimento. Se a cotação atingir em torno de US$ 500,00 por tonelada fica difícil para o agricultor suportar nos custos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.