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17/Ago/2020

Armazenagem: Kepler Weber otimista para 2020

A Kepler Weber, líder no mercado de equipamentos para armazenagem, teve um segundo trimestre turbulento, mas está otimista com as perspectivas para o setor de armazenagem no segundo semestre, disse o diretor-presidente e de relações com investidores, Piero Abbondi, em teleconferência com investidores. "Para nós, foi o trimestre em que fomos mais afetados pela pandemia (de Covid-19) nas condições gerais de trabalho. Ao mesmo tempo, estamos mais otimistas com as condições de mercado", afirmou. Abbondi esclareceu que a empresa deu férias coletivas de 23 de março a 14 de abril nas suas duas unidades, de Panambi (RS) e Campo Grande (MS), para adequá-las aos protocolos de autoridades de saúde, e isso afetou a receita. "Tivemos a nossa receita líquida reduzida porque ficamos três semanas praticamente sem faturar", disse o executivo.

"Mas os resultados foram positivos, ou seja, a empresa buscou eficiência e produtividade para fazer face a esse período." A Kepler registrou lucro líquido de R$ 15,2 milhões no segundo trimestre de 2020. Há um ano, a companhia teve prejuízo líquido de R$ 3,5 milhões. A receita líquida da companhia atingiu R$ 94 milhões no segundo trimestre de 2020, 19,7% a menos do que no período correspondente do ano passado. Abbondi destacou, contudo, que o agronegócio sofreu menos com a pandemia do que outros setores. "O produtor continuou produzindo e entregando", disse. "Sentimos um pouco no começo, mas muito pôde ser feito de forma virtual, em vendas e atendimento aos clientes, e as obras continuaram." O representante apontou que o déficit de armazenagem agrícola no Brasil deve ficar em 81 milhões em 2020, com uma safra de grãos de 251 milhões de toneladas e capacidade de armazenagem de 170 milhões de toneladas.

"Em capacidade instalada de armazenagem nas fazendas, o Brasil está atrás dos países produtores, principalmente Estados Unidos e Argentina", disse. O executivo destacou que alguns fatores podem alavancar o investimento em armazenagem. Em primeiro lugar, o volume de recursos dentro do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) do Plano Safra 2020/2021 teve aumento de R$ 1,8 bilhão, para R$ 2,2 bilhões. Além disso, R$ 200 milhões destinados a cerealistas em 2019/2020 não foram utilizados e serão transferidos para 2020/2021. "Na verdade, em recursos líquidos teremos 2,4 bilhões. Isso é bom para o nosso setor, mas ainda é insuficiente para as necessidades do País."

Além dos recursos do Plano Safra, Abbondi mencionou que bancos privados e empresas financeiras mostram interesse em financiar projetos de longo prazo no agronegócio. "Com a baixa da taxa Selic, estamos vendo mais condições para o crédito privado entrar no financiamento de investimentos de longo prazo", disse. Além disso, Abbondi destacou que, com o recuo da Selic, "produtor rural e empresário vão ter muito mais incentivo para investir no seu negócio em vez de deixar os recursos rendendo em renda fixa". Ele citou, ainda, que as primeiras estimativas de produção do Brasil na safra de grãos 2020/2021 indicam um crescimento para 270 milhões de toneladas. "Produtor rural está planejando uma safra robusta. Os preços das commodities agrícolas, principalmente da soja, estão muito resilientes no mercado internacional, a China está comprando bastante", disse. "Todo esse cenário nos remete a um segundo semestre de mercado bastante bom, e a Kepler está preparada para capturar isso." Fonte: Agência Estado.