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13/Ago/2020

Defensivos: demanda cresceu 6% no 1º semestre

Segundo levantamento do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), a maior demanda por defensivos para lavouras de soja, milho e algodão no primeiro semestre resultou em um aumento de 6% da área tratada com agroquímicos em relação a igual período do ano passado, atingindo 643,2 milhões de hectares. O faturamento do setor subiu menos na comparação anual, apenas 0,2%, chegando a US$ 6,04 bilhões. No segundo trimestre, a receita recuou 3,1%, para US$ 1,36 bilhão, em virtude da desvalorização do Real em relação ao dólar. O câmbio é um desafio para a indústria, que adquire insumos importados e não conseguiu até o momento repassar integralmente o aumento da variação cambial (reajuste dos preços em Real) ao mercado. Considerando a extensão das lavouras que receberam tratamento, soja (+33% ante os primeiros seis meses do ano passado), milho (+29%) e algodão (+18%) foram os principais responsáveis pelo crescimento.

O Sindiveg também apontou o aumento da receita no campo, sustentado por incrementos de produtividade e das exportações agrícolas, como fator de estímulo ao resultado da indústria de agroquímicos. A receita da agricultura brasileira cresceu 11,6% em 2020, atingindo Valor Bruto da Produção recorde: R$ 480 bilhões, superando em R$ 50 bilhões o resultado do ano anterior, que já tinha sido um dos melhores da história. Soja (+19,8%), milho (+13,7%), café (+39,3%), arroz (+12%) e laranja (+9,8%) são os destaques agrícolas do ano. Os inseticidas representaram a maior parte dos produtos comercializados de janeiro a junho, 36% da receita total, seguidos pelos fungicidas, com 33%, e herbicidas, com 22%. Mato Grosso foi o Estado que mais consumiu defensivos agrícolas, representando 28% do faturamento em dólar do setor.

Em segundo lugar ficou São Paulo (com 13% da receita), seguido pela região do MATOPIBA, que abrange parte do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, (12%), pelo Paraná (10%), Goiás e Distrito Federal (10%), Mato Grosso do Sul (8%), Rio Grande do Sul e Santa Catarina (8%) e Minas Gerais (4%). No primeiro semestre as pragas estiveram mais agressivas do que nunca. As lavouras de soja exigiram diferentes mecanismos para combater ferrugem asiática, principal doença relacionada à cultura. Percevejos e ácaros foram os insetos que mais precisaram ser atacados. No caso de ervas daninhas, chamaram a atenção do setor o capim amargoso e buva. Em relação ao milho 2ª safra de 2020, houve maior demanda por inseticidas para combater cigarrinhas e percevejos. Manchas foliares e ferrugem também exigiram reforço nas aplicações de fungicidas sobre as plantas do cereal. Quanto ao algodão, a doença mais agressiva continua sendo a ramulária, o que levou agricultores a elevar o uso de fungicidas.

O manejo de resistência também foi intensificado na primeira metade do ano. A área tratada com defensivos de abril a junho cresceu 9,8%, alcançando 142,4 milhões de hectares, contra 129,8 milhões de hectares em igual intervalo do ano passado. Em faturamento, houve queda de 3,1%, para US$ 1,36 bilhão, em virtude da queda do Real em relação ao dólar. Vale lembrar o papel das indústrias de defensivos agrícolas como financiadoras da produção agrícola brasileira. O prazo de financiamento médio atingiu 240 dias, aumento de mais de 20%. As empresas do setor comprometeram-se e estão se esforçando muito para conseguir garantir recursos suficientes para financiamento do setor. Destaca-se a relevância da cultura do milho para os resultados da indústria no segundo trimestre.

A área do cereal tratada com agroquímicos aumentou 83,6% de abril a junho, atingindo 24 milhões de hectares. O uso de fungicidas foi o que mais aumentou no período, 8,6% na comparação anual (em área). Em contrapartida, a utilização de herbicidas diminuiu 8,5% e a de inseticidas, 3,6%. Os desafios das lavouras de milho 2ª safra são vários, especialmente lagartas e percevejos. Motivados pelos bons preços do mercado global, os agricultores estão cultivando 14 milhões de hectares, área 3,9% superior à da safra anterior (13,5 milhões de hectares). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.