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04/Ago/2020

Elanco fecha aquisição da divisão animal da Bayer

A aquisição da divisão de Saúde Animal da Bayer pela Elanco deve elevar em quase 50% o faturamento da companhia no Brasil, para mais de US$ 150 milhões em 2020, afirmou o vice-presidente sênior comercial da América Latina, Carlos Kuada. Com isso, a companhia deve ocupar a posição de terceira maior do segmento no País, que tende a se manter como o segundo mercado mais relevante dentro da Elanco global, atrás apenas dos Estados Unidos. Mais cedo, a empresa anunciou ter finalizado a aquisição, avaliada em US$ 6,89 bilhões. Além do crescimento na participação de mercado, a filial brasileira deve se beneficiar da ampliação do portfólio, com a perspectiva de lançamento de pelo menos 25 novos produtos nos próximos cinco anos. De acordo com Kuada, deste total, cinco fazem parte do portfólio da Bayer e outros cinco devem estar no mercado até o fim de 2021.

A pandemia do coronavírus provocou uma retração nas vendas da Elanco no Brasil, especialmente na área de animais de companhia, em função do fechamento das redes de Pet Shops. "Tivemos uma queda no faturamento principalmente em abril e maio, mas em junho já observamos uma retomada, com as vendas se aproximando do padrão", disse Kuada. Apesar disso, a empresa fechou o primeiro semestre com crescimento de 13% na comparação com igual período do ano passado. Para o segundo semestre, a perspectiva do executivo é positiva, tendo em vista um planejamento de lançamento de produtos, a sazonalidade do segmento e as boas exportações de proteínas, que vêm garantindo as margens dos pecuaristas, clientes da Elanco. "Cerca de 60% das nossas vendas anuais ocorrem no segundo semestre, então temos uma expectativa de compensar as eventuais perdas até o momento", disse Kuada. Segundo ele, embora a companhia ainda considere novos riscos e desafios, o objetivo continua sendo de finalizar 2020 com crescimento de 5% a 7% no País.

Em relação ao mercado de proteínas, a demanda externa aquecida deve continuar compensando o menor consumo interno, comentou o executivo. "As exportações mantiveram nossos clientes em grande operação, o que ajudou bastante a manter os nossos negócios mais estáveis em comparação com outros segmentos." Ele pontuou que parte importante da comercialização externa continua sendo o fornecimento de proteínas para a China, que deve levar pelo menos mais dois anos para recuperar o seu plantel de suínos, dizimado pela peste suína africana. Para o executivo da Elanco, a relação do Brasil com os chineses se fortaleceu durante a pandemia e o País precisa continuar aproveitando a oportunidade. Entretanto, ele avalia que há uma grande preocupação do setor de carnes quanto ao segundo semestre. Na visão de Kuada, o aumento do desemprego em meio à propagação da doença pode acentuar a queda nas compras de carnes e estimular uma migração do consumo para produtos com menor valor agregado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.