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13/Jul/2020

Sementes: consolidação do setor e novas cultivares

A consolidação da indústria de sementes e da rede de distribuidores de insumos agrícolas no Brasil deve ajudar as empresas do setor a recuperar mais rapidamente investimentos feitos no desenvolvimento de novos cultivares de soja e milho. Com a maior rapidez com que produtores têm trocado o tipo de semente empregada no campo, a indústria enfrenta o desafio de obter retorno das pesquisas mais rápido do que há dez anos. Segundo a Syngenta, o "ciclo de vida" das sementes comercializadas no Brasil, ou seja, o tempo médio que a variedade é utilizada no País, já foi de dez anos há mais ou menos uma década e hoje é de 5,7 anos. Ao mesmo tempo, o tempo necessário para desenvolver e lançar uma nova cultivar é maior, cerca de sete anos. Essa redução do ciclo de vida demanda mais investimentos, mas a consolidação da indústria de sementes e agroquímicos ajuda, porque traz musculatura financeira e conhecimento em pesquisa.

Por outro lado, se faz necessário maior assertividade na estratégia de venda dos produtos. Para a indústria ter sucesso com esses produtos, o crescimento das vendas tem que ser maior em rapidez do que há dez anos. Então, as empresas têm de trabalhar forte para ter um posicionamento de mercado perfeito. Como as vendas são feitas por diversos canais (revendas, cooperativas, empresas) todos os elos precisam estar alinhados. Não existe bom produto que resista a mal posicionamento. Segundo a Nutrien no Brasil, a consolidação dos distribuidores de insumos ajudará a uniformizar as estratégias de venda, em comparação aos negócios realizados por diferentes distribuidores. Hoje, a empresa tem quase 300 vendedores e pretende chegar a 1.000 em breve, com mais aquisições. Isso pode contribuir para o crescimento das vendas. Esse é um dos valores que a consolidação pode trazer à indústria que desenvolve as tecnologias.

É grande a importância dada à profissionalização e a "talentos" na rede distribuição. O número de escolhas aumentou muito, e aí entra papel da distribuição, em oferecer pacote de sementes correto, com tratamento de sementes e de defensivos adequado. As vendas de sementes de soja, milho, algodão, arroz e trigo na safra 2019/2020 movimentaram cerca de R$ 19 bilhões, considerando apenas mercado de sementes certificadas. Outros R$ 2,5 bilhões foram gerados na negociação de sementes salvas por produtores rurais. A receita com sementes de soja certificadas chegou a R$ 9,3 bilhões, alta de 8% em relação à safra anterior. Na temporada 2019/2020, 46 milhões de sacas de sementes foram vendidas, das quais 19% de sementes salvas. O valor do mercado de sementes de milho atual é de R$ 7,8 bilhões, com 16,3 milhões de sacas de sementes negociadas em 2019/20 - praticamente 100% certificadas. Hoje, existem mais de 700 empresas produtoras de sementes associadas à Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.