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02/Jul/2020

ConectarAgro atinge a meta de internet no campo

A iniciativa ConectarAgro, voltada para levar conectividade via banda larga ao campo no Brasil, fechou o seu primeiro ano com alcance de 5,1 milhões de hectares no País. O resultado superou o objetivo inicial de 5 milhões de hectares. Até 2021, a meta é mais que dobrar essa área, atingindo 13 milhões de hectares. Capitaneada inicialmente por oito companhias (AGCO, Climate FieldView - Bayer, CNH Industrial, Jacto, Nokia, Solinftec, TIM e Trimble), a ConectarAgro também anunciou nesta quarta-feira (1º/07) ter se tornado uma associação, com o objetivo de ampliar o número de participantes e as áreas atendidas. A criação do projeto foi anunciada na Agrishow do ano passado. A conectividade se expande de uma forma muito significativa nas cidades, mas há um grande problema de cobertura na área agrícola, diz o presidente da associação e diretor de Tecnologias Digitais da CNH Industrial para a América do Sul, Gregory Riordan.

A ConectarAgro oferece conexão 4G 700 MHZ, buscando solucionar principalmente os problemas de conectividade do produtor rural, além de facilitar a adoção de tecnologias digitais de startups ou multinacionais. Após pouco mais de um ano de iniciativa, a associação está com uma aspiração maior, que é levar conectividade para os rincões do Brasil. A instalação custa em média ao produtor meia saca de 60 Kg de soja por hectare, com potencial de retorno de a 2 a 3 vezes esse investimento. O preço da saca de 60 Kg de soja no Brasil varia de acordo com a região. Os valores no interior do País variam desde R$ 97,62 por saca de 60 Kg na região de Barreiras (BA) até R$ 111,62 por saca de 60 Kg na região de Ponta Grossa (PR). As áreas contempladas no primeiro ano incluem 50 mil propriedades, 218 municípios e 24 mil Km de rodovias, beneficiando 575 mil pessoas. Os 5,1 milhões de hectares também representam 8% da área plantada de grãos e cana-de-açúcar do País.

Há grande potencial para levar para o restante do Brasil em um curto espaço de tempo. A decisão da ConectarAgro de se tornar associação busca ampliar o escopo do projeto. Com essa nova formação, é possível ter uma atuação maior e mais representativa em discussões com outras associações e com o governo federal para remover barreiras que impedem uma aceleração maior da conectividade e abrir para mais pessoas participarem. Trinta e cinco empresas já manifestaram interesse na ConectarAgro, dos segmentos de startups, financeiro, máquinas agrícolas, mídias sociais e sistemas de gestão. Será possível optar por uma entre três modalidades de associação, de acordo com o perfil da empresa. No primeiro ano a iniciativa também alcançou 11,5 milhões de hectares com a plataforma Narrow Band IoT (NB-IoT), segundo a TIM Brasil. Até 2021, essa área pode chegar a 30 milhões de hectares. Habilitadora de soluções de Internet das Coisas, a tecnologia é essencial para a conexão de dispositivos e sensores utilizados na agropecuária que precisam de baixa velocidade de conexão e longo tempo de bateria.

Uma única rede multisserviço conecta pessoas, máquinas e sensores usados no campo. A ConectarAgro atendeu no primeiro ano oito Estados, com foco na Região Centro-Oeste e no MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Em Mato Grosso e na Bahia, onde os municípios são muito grandes, há uma concentração de cobertura nas regiões metropolitanas, enquanto a área rural fica descoberta. Na Região Sul, a cobertura da área urbana em muitos casos já alcança também grande parte da área rural. Essa diferença de tamanho de propriedades e característica de cobertura faz com que se tenha benefícios maiores com o que a associação está propondo em grandes estados como Mato Grosso, Goiás e Bahia. Para 2021, entretanto, a iniciativa vai se expandir para a Região Sul, desenvolvendo projetos com cooperativas. Uma das metas é como ajustar esses modelos de negócio que hoje fazem sentido para o grande produtor, para alguém que é atendido por uma cooperativa ou está em um local em que tem várias áreas pequenas. Uma alternativa é o financiamento coletivo.

É parte do objetivo da associação trazer esses novos modelos de negócio e talvez de uma forma mais personalizada por região de como levar conectividade. Segundo a Climate FieldView, braço de agricultura digital da Bayer para a América Latina, a iniciativa acompanha a transformação do Brasil em um "grande celeiro" de soluções digitais. Seja startups ou grandes empresas, todos estão investindo na transformação digital no campo, então existe uma demanda real por conectividade. Hoje, uma fazenda pode conectar tratores, estações meteorológicas, drones, sensores no solo, entre outros. Às vezes um produtor ou dois ou três grupos de produtores juntos procuram a empresa, e, quando se trata de pequenos agricultores, a cooperativa acaba sendo o principal porta-voz para representar essa necessidade.

Os benefícios da conectividade, que permite a melhor utilização das ferramentas da chamada agricultura digital, podem ser sentidos por produtores em aumento do rendimento e melhor uso de insumos e recursos na propriedade. A nova fronteira da produtividade no agro vem através da transformação digital, que vai atuar fortemente na otimização de recursos e na produtividade a partir de dados, e a conectividade é a base de tudo isso. A pandemia do novo coronavírus aumentou a necessidade de produtores de soluções de comunicação, monitoramento, entre outras, que dependem de um bom acesso à internet. A pandemia acelerou a decisão do setor sobre conectividade, com 8 milhões de hectares atualmente em negociação pelo País, mas trouxe desafios para instalação. A implantação continua, só que tem uma velocidade menor por conta de todos os protocolos que as empresas do agro estão adotando. Com isso, há cronogramas um pouco mais extensos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.