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30/Jun/2020

Armazenagem: faturamento do setor deve crescer

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) avalia que a linha de crédito do BNDES de R$ 200 milhões, aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), deve garantir que o incremento anual da capacidade de estocagem de grãos no País seja mantido em cerca de 4 milhões de toneladas, sustentando as vendas apesar da recente alta dos custos destes projetos. A linha é voltada ao financiamento de obras civis e compra de máquinas para construção de armazéns, específica para empresas cerealistas. Considerando todas as fontes de recursos que podem ser usadas para financiar projetos de armazenagem (PCA, fundos constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além da linha adicional do BNDES) nesta safra a perspectiva é de que o faturamento do setor cresça para pelo menos R$ 3,5 bilhões, enquanto no ano passado foi de R$ 2,8 bilhões, segundo o presidente do Grupo de Trabalho de Armazenagem de Grãos da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Paulo Bertolini.

Esse aumento vai ocorrer estimulado pela redução das taxas (de 7% ao ano em 2019/2020 para 6% ao ano em 2020/2021), mas também pelo aumento dos custos de matérias-primas atrelados ao câmbio que elevam o valor dos produtos. O aço tem subido com frequência, assim como motores elétricos. Como o custo aumentou, o incremento da capacidade estática de armazenamento no País deve continuar em 4 milhões de toneladas, na média dos últimos anos. O CMN publicou, entre outras resoluções, uma que instituiu a linha do BNDES, com taxa de juros de 6% ao ano e prazo de amortização de 13 anos. O texto se refere aos R$ 200 milhões que tinham sido redirecionados do programa PCA (que não contempla cerealistas) ainda na safra 2019/2020 e que devem ser liberados até a próxima terça-feira (30 de junho). O recurso não havia sido utilizado por falta de regulamentação do CMN.

Com a resolução, o prazo para concessão dos recursos se estendeu até 30 de junho de 2021. Além disso, a taxa anterior da linha, de 7% ao ano, foi reduzida para 6% ao ano (mesma do PCA na safra 2020/2021), assim como o prazo de amortização, de 15 para 13 anos. O recurso adicional, somado ao montante anunciado pelo Ministério da Agricultura para o PCA nesta safra, chega a R$ 2,43 bilhões, acima de R$ 1,83 bilhão na safra 2019/2020 (apenas do PCA), porém distante dos R$ 3,5 bilhões solicitados por empresas da categoria. O montante de R$ 1,82 bilhão alocado para o PCA na safra 2019/2020 se esgotou em novembro passado. Todos os recursos ofertados pelo governo na safra 2020/2021 devem ser consumidos e a Abimaq considera a possibilidade de ser necessário pedir remanejamento de dinheiro de outras linhas para atender à demanda.

O parque industrial brasileiro hoje é capaz de dobrar a produção de silos e estruturas para armazéns e chegar a equipamentos com capacidade equivalente a 8 milhões de toneladas, a depender da perspectiva de renda do campo e da oferta de crédito. O grupo de trabalho da Abimaq reúne as principais empresas do setor de armazenagem, como Kepler Weber, Casp, Comil e GSI. O déficit de armazenagem no Brasil hoje chega próximo a 90 milhões de toneladas. Enquanto a produção anual cresce, em média, 10 milhões de toneladas, a capacidade de estocagem aumenta apenas em 4 milhões de toneladas. Entre os entraves a um crescimento compatível com a demanda estão a oferta de crédito, o tempo de maturação dos projetos, customizados, seu alto custo e dificuldades burocráticas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.