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05/Jun/2020

Dicamba: tribunal dos EUA quer revisar registros

Um tribunal de apelações de São Francisco, nos Estados Unidos, decidiu que a Agência de Proteção Ambiental do país (EPA) deve revisar seu registro de aprovação para uso de três defensivos à base de dicamba. O tribunal alega que a agência não reconheceu os riscos associados ao herbicida ao conceder registros condicionais por dois anos para os produtos XtendiMax, da Bayer, FeXapan, da Corteva, e o Engenia, da Basf. O Tribunal de Apelações do 9º Circuito dos Estados Unidos afirmou ainda que seria forçado a revogar a decisão de registro dos herbicidas, citando a falta de evidências substanciais para apoiar a decisão da EPA de aprovação. Segundo o tribunal, a EPA subestimou substancialmente os riscos, que reconheceu, e falhou totalmente em reconhecer outros riscos. O dicamba é geralmente aplicado nas plantações de soja, milho e algodão para controle de ervas daninhas de alta resistência. A EPA é o órgão responsável pela permissão de uso de defensivos agrícolas nos Estados Unidos.

Os riscos não levados em conta pela agência vão desde a quantidade de herbicida que foi pulverizado em culturas pós-emergentes, as evidências que mostram que os danos causados pelo dicamba foram substancialmente subnotificados e efeitos econômicos anticompetitivos nas indústrias de soja e algodão. A decisão do tribunal foi tomada após um pedido de revisão feito por grupo de organizações ambientais. Em fevereiro, um tribunal federal de Missouri já havia ordenado que Bayer e Basf pagassem US$ 265 milhões em indenização a um produtor de pêssegos do Estado que alega ter tido a produção prejudicada por deriva do dicamba, utilizado nas propriedades vizinhas à sua. Analistas consideram que há expectativa de que a reprovação dos registros do herbicida da Bayer, Basf e da Corteva possa ocorrer entre as próximas quatro a seis semanas. Há riscos de que a proibição no curto prazo das vendas de dicamba leve à perda de receitas e ganhos até que a EPA decida pela reaprovação do dicamba para além de 2020. É provável que a Bayer tenha de conceder indenizações para aplicações exageradas de dicamba.

A Bayer afirmou que discorda fortemente da decisão do tribunal e que está avaliando seus próximos passos. Também aguarda orientação da EPA sobre as ações que ela possa tomar em resposta à decisão. Dependendo das ações da EPA e se a decisão for contestada com sucesso, a empresa vai trabalhar rapidamente para minimizar qualquer impacto sobre os clientes nesta temporada. A BASF afirmou que discorda da decisão e está considerando suas opções de resposta, acrescentando que o dicamba é seguro quando usado corretamente. A decisão pode ter um impacto adverso significativo para os produtores dos Estados Unidos que já compraram sementes e produtos à base de dicamba para esta temporada 2020/2021, que está sendo plantada. A Corteva afirmou que está avaliando a decisão do tribunal e também defendeu o uso do herbicida. A empresa defende que o dicamba é uma ferramenta eficaz de gerenciamento de ervas daninhas para agricultores que pode ser usada com segurança quando usada de acordo com o rótulo. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.