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03/Jun/2020

Fertilizantes: vendas devem crescer no 2º semestre

50% dos fertilizantes a serem utilizados nas lavouras brasileiras no segundo semestre deste ano, quando se planta a safra de verão (1ª safra 2020/2021), ainda não foram comercializados. O volume negociado, no entanto, está em linha com o observado em igual período do ano passado e na média histórica. No fim do ano passado, muitas compras foram adiantadas, agora o ritmo normalizou. O produtor preferiu diluir as compras ao longo do tempo e o ritmo de negócios foi normalizado. O ritmo de comercialização desacelerou entre o fim de fevereiro e o fim de abril. Até fevereiro, 37% do volume já havia sido comprado, entre 10% a 15% acima do nível reportado pelo mercado em igual período de safras anteriores.

Diante dessa retração no fim de abril, a comercialização de fertilizantes para uso no segundo semestre, por meio da fixação de preços e fechamento de contratos para entrega futura, deve se estender até meados de julho. O segundo semestre é o período de maior consumo de fertilizantes no País com o plantio da safra de grãos de verão, da semeadura do algodão e da adubação dos canaviais. Na soja, cultura que mais utiliza adubo em volume, a semeadura se inicia em setembro, por isso, em agosto, os produtores voltam a atenção para o recebimento dos produtos e os distribuidores para o escoamento dos insumos.

A comercialização de insumos para a safra de verão estava aquecida desde o fim do ano passado, mas o fechamento de novos contratos evoluiu pouco após a incerteza econômica relacionada à pandemia do novo coronavírus, a valorização acentuada do dólar ante o Real e alta de 10% dos preços de fosfatados limitaram os negócios puxada pelo plantio da safra norte-americana. Mesmo com o dólar atual sendo negociado acima de R$ 5,30, as importações ainda serão expressivas, já que o País adquire no mercado externo de 70% a 80% do volume consumido por ano. Apesar do fortalecimento do dólar ante o Real tornar o custo do adubo mais oneroso para o produtor, as exportações firmes, também baseadas no câmbio, tendem a compensar a rentabilidade do agricultor. É uma retração momentânea.

Haverá importação, processamento e entregas de grande volume até setembro. O adubo será aplicado normalmente. O risco é apenas de recuo na aquisição de fertilizantes especiais, que tendem a não refletir na produtividade já observada das lavouras brasileiras. Já o consumo da fórmula NPK (nitrogênio, fósforo e potássio), considerados os três principais nutrientes para as plantas, tende a aumentar. As commodities brasileiras estão muito competitivas pela desvalorização cambial e pelo prêmio elevado das exportações dada à forte demanda chinesa. Com isso, o produtor de grãos vai plantar toda área que for possível e o consumo total de fertilizantes básicos deve crescer.

A relação de troca (quantidade necessária de determinada commodity para adquirir 1 tonelada de fertilizantes) favorável ao produtor deve estimular as compras para a safra de verão (1ª safra 2020/2021) no curto prazo. O fosfato monoamômico (Map) e o cloreto de potássio (KCl), utilizados nas lavouras de soja, estão na melhor relação de troca da média para este período do ano dos últimos cinco anos. Para adquirir 1 tonelada de Map são necessárias entre 15 a 16 sacas de 60 Kg de soja no atual momento, enquanto a média de cinco anos é de 19 sacas de 60 Kg de soja para 1 tonelada de Map. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.