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20/Mai/2020

Armazenagem: necessário aumento da capacidade

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra comercializada em 2019 foi a maior de todos os tempos (242 milhões de toneladas) e o País exportou 41 milhões de toneladas de milho e 74 milhões de toneladas de soja. Desde a safra 2016/2017, o Brasil tem, repetidamente, volumes sensivelmente superiores a 200 milhões de toneladas produzidas, tudo isso impulsionado por conjunturas externas, que elevaram a demanda pelos produtos brasileiros no mercado internacional, tornando os preços dos produtos agrícolas interessantes ao produtor rural, além do aumento da demanda interna, em especial, o etanol de milho.

Diante deste cenário e considerando que a armazenagem é um elo obrigatório entre a produção e o consumo, existe a preocupação de saber se a estrutura armazenadora do País tem acompanhado essa produção. Segundo o Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras, entre 1982 e 2000, a capacidade estática brasileira era superior à produção de grãos. Em 2001, houve uma inversão. A produção ultrapassou essa capacidade e continuou a crescer em uma proporção maior. Entre as safras de 2001/2002 até 2018/2019, enquanto a produção de grãos cresceu 140%, a capacidade estática aumentou apenas 87%.

Esse menor crescimento da infraestrutura de armazenagem tem causa multifatorial como a questão de engenharia, visto que Unidades Armazenadoras são estruturas complexas e caras de se construir, de forma que, em geral, é melhor esperar que a necessidade de aumentar a capacidade estática se consolide, para depois fazer o investimento. Outro ponto está relacionado às dificuldades logísticas do Brasil, nas quais a armazenagem faz parte. A questão dos modos de transporte no País sempre se mostrou tão grave que o maior esforço vem sendo direcionados a essa parte do processo de escoamento, até porque, antes de 2001 sobrava espaço para o armazenamento de grãos. O momento atual merece que a armazenagem no Brasil seja vista como o próximo fator logístico a ser impulsionado, sob pena de ela passar a estrangular o escoamento da safra nacional.