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07/Mai/2020

Máquinas: Fendt traz tratores menores para Brasil

A marca alemã Fendt, trazida para o Brasil em abril do ano passado pelo grupo AGCO, prepara sua expansão para outros estados da Região Centro-Oeste além de Mato Grosso, onde já atua. Para isso, está lançando uma nova linha no País, a série 900 Vario, de tratores com potência de 385 e 415 cavalos (cv). Até então, a empresa oferecia os tratores da série 1000 Vario, de 517 e 476 cv, escolhidos para sua estreia no mercado brasileiro. Com as novas máquinas, a Fendt espera continuar atraindo produtores interessados em alta tecnologia, de Estados onde as propriedades são menos extensas que as de Mato Grosso, afirmou o diretor da Fendt América do Sul, José Galli. "Tivemos um retorno positivo dos nossos clientes no primeiro ano de atuação no País e chegamos agora a uma fase de expansão. Vínhamos trabalhando basicamente em Mato Grosso e, com a nova linha, avançaremos para Mato Grosso do Sul, Goiás, Piauí e Maranhão", disse Galli.

"A Fendt deve contribuir para o grupo AGCO chegar nos produtores profissionais que veem na tecnologia um meio para crescer. Não tem a ver com o porte do produtor, mas com o perfil", acrescentou o executivo, lembrando que a opção por ingressar no País com tratores de mais de 500 cv de potência se deu porque a AGCO não tinha produtos deste porte até então. Nos Estados mencionados por Galli, a Fendt abrirá novas concessionárias exclusivas da marca. Além da loja de Sorriso (MT), a primeira da montadora, serão inauguradas, até setembro, revendas em Primavera do Leste e Campo Novo do Parecis (MT), Sidrolândia (MS) e Rio Verde (GO). No horizonte de 12 meses, também deverão ser abertas lojas em Querência (MT), Maracaju (MS), Cristalina (GO) e Balsas (MA). Com estes parceiros, a empresa tem adotado a estratégia da venda direta ao agricultor, ou seja, a concessionária faz o meio de campo, mas não precisa comprar a máquina para revendê-la. "À medida que tivermos maior presença em cada região, adotaremos um modelo misto de vendas diretas e também feitas pelas concessionárias", comentou Galli.

A companhia não informa os investimentos envolvidos especificamente no lançamento da nova série de tratores no Brasil. Segundo o executivo, o valor já está incluído no montante anunciado no ano passado, quando a marca foi apresentada. Foram R$ 150 milhões destinados à Divisão Fendt na América do Sul, para estrutura física, desenvolvimento de produto (projetos, tropicalização e validação) e adequação de fábricas. Com o lançamento da série 900 Vario, a Fendt tem expectativas altas de vendas em 2020. Até porque os novos tratores chegam praticamente no mesmo momento em que a plantadeira Momentum e uma colheitadeira de grãos Ideal, ambas da marca e apresentadas na Agrishow do ano passado, começam a ser comercializadas de fato no Brasil. As primeiras plantadeiras serão entregues a partir de junho, de acordo com o executivo, enquanto 24 colheitadeiras que fizeram parte de um programa de demonstração do produto já estão sendo comercializadas. "No ano passado estávamos trabalhando com uma linha de produtos (tratores), e neste ano são quatro. Então nossa expectativa é alta, queremos mais que dobrar nossas vendas, com certeza", afirmou Galli, sem abrir os números.

Em 2019, a Fendt vendeu 30% mais tratores do que o previsto inicialmente, conta o diretor. "Muitos produtores compraram o primeiro e depois fizeram a segunda e a terceira aquisição", lembrou ele. Mesmo com o retorno positivo dos clientes, a companhia não tem planos, por ora, de deixar de importar os tratores da Alemanha para produzi-los no Brasil - a plantadeira sai da fábrica de Ibirubá e a colheitadeira, de Santa Rosa, ambas no Rio Grande do Sul. "Ainda não pensamos em produzir aqui. Por enquanto, a estratégia é trazer da Alemanha, pela credibilidade e expertise que as fábricas de lá têm nestes produtos", explicou Galli. A companhia avalia a importação de pulverizadores para comercialização no País, acrescenta ele, antes de trazer outros tratores, de menor potência. "O foco é ter uma linha completa para o agricultor, trazer em breve outros produtos para completar o ciclo de produção", argumentou.

Os efeitos econômicos da pandemia da covid-19, até agora, não alteram as expectativas de negócios da Fendt para 2020. Galli sustenta que o mercado de grãos, foco de produtores do Cerrado, continua com boas perspectivas, dadas as estimativas de produção e preços de commodities remuneradores. "Tivemos janeiro, fevereiro e março (com vendas) acima da expectativa. Em março e abril, quando estaríamos nas feiras agrícolas, os produtores demoraram de 15 a 20 dias para tomar uma decisão, mas agora temos visto muitos nos procurando para fechar negócio", contou. Galli pondera que a cultura do algodão tem sido um "contraponto" às previsões otimistas para o Cerrado, com preços sob pressão em virtude da queda das cotações do petróleo, que diminuem a competitividade da pluma. Apesar disso, ele não acredita em desaquecimento da demanda por maquinário. "Entendo que o mercado em que estamos não vai diminuir por causa da pandemia e não reduzimos nossa expectativa de volume de vendas. Continuamos acreditando que o agronegócio seguirá forte neste ano." Fonte: Agência Estado.