28/Abr/2020

A Bayer obteve lucro líquido de 1,49 bilhão de euros (US$ 1,61 bilhão) no primeiro trimestre deste ano, informou a companhia nesta segunda-feira (27/04). O resultado representa alta de 20% na comparação com igual trimestre do ano anterior, quando obteve lucro líquido de 1,24 bilhão de euros. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de 4,39 bilhões de euros, valor 10,2% superior ao reportado no primeiro trimestre de 2019 de 3,98 bilhões de euros. As vendas aumentaram 4,8%, a 12,85 bilhões de euros, em comparação com 12,25 bilhões de euros no primeiro trimestre do ano anterior. O maior crescimento foi registrado na Divisão Crop Science, que inclui produtos agrícolas, com alta de 6,1% e geração de receita de 6,834 bilhões de euros, em relação aos 6,444 bilhões do primeiro trimestre do ano anterior. Analistas consultados pela empresa estimavam Ebitda ajustado de 4,10 bilhões de euros e vendas de 12,61 bilhões de euros. Após a divulgação dos resultados financeiros, os papéis da Bayer avançavam 4,20% na Bolsa de Frankfurt, sendo negociados a 62,04 euros por ação, às 11h45 de Brasília (27/04).

O desempenho da fabricante de produtos farmacêuticos e agroquímicos veio dentro do esperado pelo mercado quanto ao faturamento, já que a empresa vem reportando incremento na receita desde o primeiro trimestre do ano fiscal de 2019. Já em relação ao lucro, o desempenho da Bayer surpreendeu investidores, pois o indicador vinha em declínio contínuo. A companhia afirmou que obteve um "bom começo" em 2020 com as atividades marcadas pela pandemia do novo coronavírus. "Enquanto a pandemia da covid-19 levou a uma demanda maior, em parte por causa do acúmulo de estoques e, portanto, a um aumento nas vendas em algumas unidades de negócios, as restrições relacionadas à pandemia estão afetando negativamente partes dos negócios da empresa", comentou o CEO da empresa, Werner Baumann. As atividades relacionadas ao agronegócio foram as principais responsáveis pelo desempenho positivo da companhia no primeiro trimestre deste ano.

A Divisão Crop Science registrou Ebitda ajustado de 2,611 bilhões de euros no trimestre, 13,5% superior aos 2,301 bilhões de euros apresentados em igual período de 2019. Segundo a companhia, todas suas regiões de atuação contribuíram para o crescimento de vendas do segmento. A receita de vendas da América Latina avançou 5,6% no período, para 811 milhões de euros. Em volume, as vendas do segmento aumentaram 5,5% no mundo. A multinacional alemã disse que atualmente enfrenta processos judiciais envolvendo o Roundup, herbicida à base de glifosato de cerca de 52,5 mil demandantes, número atualizado em 14 de abril, em comparação com 48,6 mil demandantes em 27 de fevereiro. O produto químico era produzido pela Monsanto, que a Bayer adquiriu em 2018 por US$ 63 bilhões. No comunicado, a companhia afirmou que a pandemia do novo coronavírus está atrasando a mediação do conflito, mas que conquistou bons progressos antes do avanço da doença.

"A empresa continuará considerando uma solução apenas se for financeiramente razoável e estabelecendo um mecanismo para resolver possíveis reivindicações futuras com eficiência. No contexto de uma recessão iminente e considerando, em parte, desafios consideráveis de rentabilidade, isso se aplica agora mais do que nunca", disse Baumann. Para o acumulado do ano fiscal de 2020, a Bayer confirmou as perspectivas financeiras. A empresa espera que as vendas sem as operações descontinuadas totalizem entre 43 bilhões de euros e 45 bilhões de euros, aumento de 3% a 4% em base ajustada ante 2019. O Ebitda ajustado, estima a companhia, deve ficar entre 12,3 bilhões de euros e 12,6 bilhões de euros, alta de 28%. A empresa ponderou que a previsão não inclui uma estimativa do impacto potencial do novo coronavírus sobre suas operações, pois considera que não é possível avaliar com segurança "os efeitos positivos e negativos (da Covid-19) até o fim do ano". Fonte: Agência Estado.