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27/Abr/2020

Logística: fusões e aquisições no pós-crise Covid

Os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre o setor de transportes e logística já são graves. Segundo dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística), até o dia 19 de abril, foi registrada queda de 45% na demanda do transporte rodoviário de cargas. Dado a dificuldade de muitas empresas em sobreviver ao período de crise, instituições e empresas do setor, veem espaço para fusões e aquisições na recuperação econômica que virá, o que resultaria em uma concentração maior do setor. Em uma pesquisa publicada no início de abril pela Confederação Nacional de Transportes (CNT), 71,1% das transportadoras afirmaram enfrentar problemas de caixa e 53,7% delas têm recursos para, no máximo, um mês de operação. Para quem tem a meta de surfar a onda do pós-crise, o momento é estratégico. A BBM Logística decidiu não fazer demissões e manter ao máximo seu dinheiro em caixa, pensando justamente no pós-crise.

A JSL, que acredita que o setor dará conta de uma retomada sem novos apagões como houve no passado, afirma que foca no crescimento orgânico, sem desprezar oportunidades. Segundo a Associação Brasileira de Logística (Abralog), a logística movimenta cerca de 12,5% do PIB, mas a estimativa é que, com o impacto da pandemia, haja queda para de 10% do PIB. Há grande possibilidade de diminuição da concorrência. Essa situação vai fortalecer a consolidação do setor. Com grandes empresas adquirindo as pequenas e médias. Segundo a Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol), o maior problema está, de fato, com as empresas de menor porte. Essas organizações têm menos acesso a condições melhores de crédito. No total, segundo a pesquisa da CNC, 28,2% das empresas do ramo não suportam 30 dias sem apoio financeiro adicional. A expectativa é de fusões e aquisições em um futuro próximo.

Segundo a Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), o grande problema da área de transportes é que a carga não transportada hoje não será transportada amanhã, sendo assim muitas empresas podem não sobreviver ao momento. Os caminhoneiros autônomos sofrem consequências graves da crise, mas eles não têm tantos custos fixos quanto as empresas pequenas e médias. A dificuldade de se planejar para momentos adversos, porém, é uma característica do setor. O que se observa é que as empresas não trabalham com planejamento de cenários. O setor de logística é diverso e empresas voltadas para abastecimento de produtos básicos e medicamentos chegaram, inclusive, a contratar funcionários neste período. Quem já tinha operação em e-commerce, por exemplo, acelerou essa migração. Esse é um ramo sem muitas barreiras de entrada e, por isso, bastante diverso. São cerca de 270 empresas de operação logística no País. Agora, no pós-crise, isso vai com certeza diminuir. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.