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08/Abr/2020

Fertilizantes: nitrogenados e fosfatados devem cair

A despeito da pandemia da Covid-19, que tem comprometido a produção e a circulação de mercadorias em todo o mundo, as cotações internacionais de fertilizantes continuam sendo direcionadas pelos fundamentos deste mercado. Desta forma, com o esperado desaquecimento da demanda por adubos de grandes países produtores do Hemisfério Norte, especialmente os Estados Unidos, os preços de nitrogenados e fosfatados começam a cair e devem recuar mais nos próximos meses. A recomendação é não comprar fósforo e nitrogênio agora porque os preços devem recuar nos próximos 30 dias. Em contrapartida, a orientação para o potássio é comprar, porque as cotações vão subir. No Brasil, as compras de adubos nitrogenados por produtores se concentram entre outubro e dezembro, visando ao plantio do milho 2ª safra entre janeiro e março.

As misturadoras, portanto, importam matérias-primas até outubro, para ter tempo hábil de produzir o adubo final. O fósforo, muito usado nas lavouras de soja, é adquirido por agricultores especialmente entre junho e setembro. A importação, para isso, ocorre dois meses antes, entre abril e julho. Nos Estados Unidos, está havendo um "rali" de preços de ureia e fosfatados, por causa do plantio. Entre dezembro e meados de fevereiro, a ureia no Brasil acumulou alta de mais de US$ 50,00 por tonelada assim como o fósforo, que também teve incremento de cerca de US$ 50,00 por tonelada no período. Uma queda de preços era esperada para o período subsequente à demanda brasileira, mas foi antecipada em virtude das sucessivas crises recentes no mercado internacional, como a guerra de preços do petróleo.

Já é possível observar recuo de preços do nitrogenado e do fósforo. No dia 3 de abril, a ureia colocada no Porto de Paranaguá (PR) valia US$ 247,50 por tonelada, ante US$ 251,30 por tonelada uma semana antes. Já o MAP (fosfato monoamônico) custava US$ 318,80 por tonelada, ante US$ 320,00 por tonelada no dia 26 de março. A demanda da Índia pode interferir nesse cenário, pois o país convocou uma concorrência para aquisição de nitrogenados, mas o volume total a ser comprado não foi informado. Se a Índia comprar menos de 1 milhão de toneladas, os preços vão cair. Se comprar 1,5 milhão de toneladas, vai sustentar as cotações por mais algumas semanas. Apesar disso, em maio, junho, os preços cairão com força.

Com relação ao fósforo, além da menor demanda por seus derivados no Hemisfério Norte, a oferta global aumentou muito nos últimos anos. Apenas empresas de Marrocos e Arábia Saudita investiram em torno de US$ 15 bilhões. Os preços do potássio devem subir nos próximos meses, puxados pela demanda chinesa. Em dezembro, o produto colocado no Porto de Paranaguá (PR) estava em US$ 290,00 por tonelada; no dia 3 de abril, valia R$ 223,80 por tonelada. A partir de março, a recomendação é comprar potássio, porque os preços estavam no patamar mais baixo dos últimos dez anos. Como está muito baixo, deve subir. No Brasil, as compras de potássio são distribuídas ao longo de todo o ano. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.