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07/Abr/2020

Máquinas: expectativa de demanda firme este ano

Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), apesar de ter paralisado as atividades em suas fábricas por medida de segurança contra o novo coronavírus, a indústria de máquinas agrícolas e concessionárias têm estoques para atender à demanda pelos próximos 30 a 60 dias. Do ponto de vista do campo não há queda na demanda por causa do coronavírus, porque o campo não para. As empresas fecharam as fábricas muito recentemente, então ainda há estoque para um período de 30 a 60 dias, de modo geral, considerando as associadas da Anfavea. Um conjunto de fatores levou ao aumento de 10,3% das vendas de máquinas agrícolas no Brasil em março, ante março do ano passado.

Um deles foi o recente represamento das compras, entre o fim do ano passado e o início deste ano. Neste período, os recursos para investimentos com juros equalizados do Moderfrota, Pronaf (para a agricultura familiar) e Pronamp (para médios produtores) se esgotaram. Posteriormente essas linhas foram alimentadas e, atualmente, há crédito com juros equalizados do Moderfrota e do Pronaf (este, apenas no Banco do Brasil), de acordo com o executivo. Banco do Brasil e Banco nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também têm linhas semelhantes com juros livres e competitivos.

Depois do represamento das compras, o produtor voltou a adquirir máquinas para a colheita e agora se volta ao plantio, que deve continuar demandando tratores e implementos. Até agora, não houve nenhum cancelamento de pedido de venda. Em 2019, a oferta de linhas com juros livres competitivos era menor e que havia incertezas quando à possibilidade de avanço no Congresso de reformas como a da Previdência. Nesta época de 2019, o setor lidava com uma série de incertezas. Neste ano, independentemente dos recursos com juros equalizados, há linhas clone, com taxas atrativas, então o produtor sabe que pode ter acesso a recursos.

Apesar de oficialmente haver dinheiro para investimento do Pronaf no Banco do Brasil, os agricultores familiares têm se queixado de dificuldades para acessar os recursos. Apesar do cenário incerto criado pela pandemia da Covid-19, a indústria não trabalha com perspectiva de um abril fraco em vendas. Há estoque e demanda. Os fundamentos do campo corroboram com a boa perspectiva, já que, de modo geral, os grãos estão em patamares elevados de preços no Brasil. O dólar fortalecido ante o Real aumenta a remuneração de exportadores na moeda brasileira e a demanda chinesa está aquecida. Não há indicação de queda nas vendas.

Também contribui para o cenário o fato de que, após permanecerem fechadas por alguns dias, a maioria das concessionárias de máquinas agrícolas está aberta atualmente. Em alguns municípios, as lojas decidiram fechar e continuam prestando assistência remota aos produtores. Mas, são casos pontuais. Sobre a possibilidade de retorno das operações das fábricas, mesmo que parcialmente e adotando medidas de prevenção ao coronavírus, o assunto não é tema de discussão na Anfavea. Cada empresa está debatendo individualmente como e o que fazer. As companhias estão tendo diariamente reuniões internas sobre o que fazer em relação às fábricas, conforme as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério de Saúde. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.