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23/Mar/2020

Máquinas agrícolas têm concessionárias fechadas

A paralisação de estabelecimentos comerciais em todo o País, atendendo a decretos estaduais e municipais com o objetivo de conter a proliferação do coronavírus, vai obrigar as concessionárias de máquinas agrícolas a fecharem suas portas. A medida acende o alerta entre donos de revendas e no setor em geral, que temem redução nos negócios nos próximos meses. Isso deve ocorrer não só pela suspensão do funcionamento das lojas de maquinário, como também dos cartórios, que frequentemente precisam registrar garantias oferecidas pelos produtores para obtenção do financiamento do produto. "Não conseguimos mensurar ainda o impacto sobre as vendas, mas será bastante grande, praticamente todos os Estados estão regulamentando a interrupção do comércio. O mês de abril deve ser caótico e com o adiamento das feiras, a maioria em abril e maio, podemos ver um efeito bem severo (de queda de vendas) em 2020", disse o presidente da Associação dos Distribuidores John Deere do Brasil (Assodeere), José Augusto Araújo.

"Como a safra 2020/2021 se inicia entre agosto e setembro, teremos uma janela curta de comercialização. Talvez não consigamos acelerar os processos bancários a tempo", reforçou. Para garantir ao menos os serviços de pós-vendas das concessionárias, a Assodeere e a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) estão enviando ofícios aos municípios solicitando autorização para que funcionários trabalhem em esquema de plantão, a fim de prestar assistência para as máquinas em operação, respeitando o distanciamento social. A ideia é que os plantonistas possam atender remotamente o agricultor, entregar as peças necessárias e fazer reparos remotamente. "Estamos explicando que o pós-vendas de máquinas ou caminhões está de alguma forma ligado à cadeia alimentar, porque se o produtor parar a atividade, o alimento vai parar de chegar à gôndola. Estamos em plena safra, os agricultores precisam continuar colhendo", argumentou Araújo. "Temos solicitado autorização para trabalhar em esquema de plantão, respeitando o distanciamento social. Se os clientes estiverem com máquinas paradas, queremos atendê-los rapidamente", reforçou.

A resposta das autoridades tem sido positiva, segundo Araújo. "Eles têm feito reedições dos decretos, restabelecendo o atendimento remoto, serviços e a entrega de peças que inviabilizam o funcionamento das máquinas", disse ele. Quanto às demais atividades das concessionárias de máquinas, como a venda das máquinas e a solicitação de crédito, algumas estão sendo realizadas em esquema de "home office", como andamento dos processos de pedidos já feitos. "Mas não sei por quanto tempo isso vai durar, porque os cartórios estão fechando. Vamos sentir muito (a redução) da compra de produtos novos em abril", ponderou. A esperança, segundo Araújo, é que passado o período de isolamento no País e o "pânico" decorrente da pandemia, o produtor rural "retome o ânimo" com o cenário positivo para o setor. "Todos os indicadores hoje são positivos, commodities com preços altos, produção grande, produtividade alta, exportação acontecendo. Tem renda da porteira para dentro." Fonte: Agência Estado.