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12/Mar/2020

Máquinas: importância da conectividade no campo

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) considera que a internet precisa chegar ao campo brasileiro com mais eficiência. Do contrário, o Produto Interno Bruto (PIB) não vai avançar. Para o País dar o salto de produtividade e competitividade, é urgente melhorar as condições para agricultura de precisão. Com a evolução da internet das coisas, a forma de gerir a produção agrícola mudou completamente.

Além de aumentar a produtividade, as máquinas produzidas no Brasil podem contribuir com a preservação do meio ambiente. As mais avançadas soluções tecnológicas estão disponíveis aos brasileiros, mas para que funcionem em sua plenitude é preciso melhorar a conectividade. A precariedade da conectividade no campo impede o avanço e a competitividade da produção brasileira. As políticas públicas podem atrair investimentos na área da conectividade.

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações atua em três frentes para tentar solucionar a deficiência da conectividade no campo. O objetivo é conectar as pessoas que estão no campo, conectar o campo produtivo e conectar as estradas. As empresas que vencerem os leilões de tecnologia 5G terão de levar conectividade para as estradas, o que solucionaria uma das frentes nas quais o Ministério quer atuar.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) afirmou que a pesquisa tem colaborado com a ampliação da conectividade no campo brasileiro. Mas, 72% no campo não tem conectividade e é preciso melhorar. A produção brasileira de alimentos deu um salto nas últimas décadas, movida à ciência. Houve uma grande transformação da realidade no País, que passou de importador para um dos maiores exportadores.

A Embrapa está atuando em programas de instalação de censores no campo e em outras pesquisas que podem favorecer o avanço da agricultura digital. Os pontos importantes para o futuro da agricultura digital no Brasil são as plataformas digitais de dados abertos, identidade digital, blockchain, drones e inteligência artificial. Há também a necessidade de adequação dos currículos das faculdades do País à nova realidade do agronegócio.

Mesmo os maiores municípios em produção de grãos do Brasil ainda têm problemas de conectividade. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em São Desidério (BA), por exemplo, 86% das propriedades rurais do município não têm conexão. Em Rio Verde (GO), esse percentual é de 62%. Em Sorriso (MT), o índice é de 54%. Existe a necessidade de reformulação do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicação (Fust), com prioridade para área rural, porque as cidades já estão conectadas.

A entidade reivindica o avanço do Projeto de Lei 172/2020, que trata do fundo e da ampliação da banca larga. A matéria já foi aprovada pela Câmara e está no Senado. Também foi ressaltado que a PEC 187/2019 extingue os fundos e isso provocará impacto no Fust se não for feito um trabalho para que se preserve o fundo. Deputados e senadores a favor do projeto de lei sobre o uso de recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para a ampliação da banda larga acreditam que a proposta pode colaborar com o avanço da tecnologia no campo.

O Fust arrecada R$ 1 bilhão anualmente e já tem acumulados R$ 21,8 bilhões, mas praticamente não foi utilizado para investimentos no setor de telecomunicações. Atualmente, a lei permite a aplicação dos recursos apenas para a expansão da telefonia fixa. O projeto de lei foi aprovado na Câmara em dezembro do ano passado. O projeto está atualmente no Senado e deve ser votado pela Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado. Além do projeto que trata do Fust, tramita também no Senado a PEC dos Fundos, que extingue os fundos.

Essa é a maior preocupação atualmente. Há um projeto solicitando que o Fust seja ressalvado com o comprometimento de haver investimento. O Parlamento hoje é extremamente sintonizado com as necessidades reais do Brasil. A conectividade também é positiva para sucessão no campo, ou seja, para incentivar que os jovens permaneçam na produção agropecuária. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.