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28/Fev/2020

Defensivos: Bayer tem lucro líquido no 4º trimestre

A Bayer obteve lucro líquido de 1,41 bilhão de euros (US$ 1,53 bilhão) no quarto trimestre de 2019. O resultado representa uma melhora expressiva no desempenho da companhia na comparação com igual trimestre do ano anterior, quando obteve prejuízo de 3,92 bilhões de euros. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de 2,483 bilhões de euros, valor 26,4% superior ao reportado no quarto trimestre de 2018 de bilhões de euros de 1,96 bilhão de euros. As vendas aumentaram 3,8%, a 10,75 bilhões de euros, em comparação com 10,35 bilhões de euros no quarto trimestre do ano anterior. O maior crescimento foi registrado na divisão de produtos farmacêuticos com alta de 9,1% e geração de receita de 4,682 bilhões de euros. Após a divulgação dos resultados financeiros, os papéis da Bayer recuavam 2,72% na Bolsa de Frankfurt, sendo negociados a 68,00 euros por ação, às 9h05 de Brasília do dia 27 de fevereiro.

O desempenho da fabricante de produtos farmacêuticos e agroquímicos veio dentro do esperado pelo mercado, já que a empresa vem reportando incremento na receita desde o primeiro trimestre do ano fiscal de 2019. O lucro, contudo, vinha em declínio contínuo. A companhia afirmou que atingiu as suas metas financeiras no ano que passou. Apesar de enfrentar um ambiente de mercado desafiador, especialmente no setor agrícola. A Divisão Crop Science, que inclui produtos agrícolas, registrou 4,652 bilhões de euros em vendas no quarto trimestre do ano passado, variação negativa de 0,2% em relação aos 4,661 bilhões do quarto trimestre do ano anterior. A companhia atribui o resultado do segmento principalmente ao crescimento das vendas na América Latina, enquanto os negócios na América do Norte permaneceram estáveis.

O Ebitda ajustado da divisão foi de 872 milhões de euros no trimestre, 60,6% superior aos 543 milhões apresentados em igual período de 2018. Este é o primeiro trimestre em que a divisão de Saúde Animal não consta na demonstração de resultados da companhia, após ter vendido a operação para a Elanco Animal Health em agosto do ano passado. A multinacional alemã afirmou que atualmente enfrenta processos judiciais envolvendo o Roundup, herbicida à base de glifosato de cerca de 48,6 mil demandantes, número atualizado em 6 de fevereiro, em comparação com 42,7 mil demandantes em 11 de outubro. O produto químico era produzido pela Monsanto, que a Bayer adquiriu em 2018 por US$ 63 bilhões. A companhia afirmou que as negociações de solução para esses casos estão progredindo, enquanto os processos de apelação também estão sendo explorados. A empresa afirmou que buscará recursos em todas as instâncias judiciais, se necessário.

Para 2020, a Bayer espera que as vendas sem as operações descontinuadas totalizem entre 43 bilhões de euros e 45 bilhões de euros, aumento de 3% a 4% em base ajustada. O Ebitda ajustado, estima a companhia, deve ficar entre 12,3 bilhões de euros e 12,6 bilhões de euros, alta de 28%. A empresa pondera que a previsão não inclui uma estimativa do impacto potencial do coronavírus sobre suas operações. Sobre a aquisição da Monsanto, companhia norte-americana do setor de biotecnologia, sementes e defensivos adquirida em junho de 2018, a Bayer concordou com uma nova revisão sobre a compra. A Bayer vai permitir que um especialista independente revise suas regras e examine os seus principais negócios. Os resultados serão publicados em seu site no fim de março.

A revisão vai incluir, ainda, uma análise da avaliação da Bayer sobre os riscos da compra da Monsanto, após acionistas apontarem como excessivamente arriscados, tendo em vista que a aquisição mergulhou a Bayer em uma série de batalhas legais sobre a produção do defensivo Roundup, feito à base de glifosato. Os autores das ações alegam que o glifosato seja causador de câncer. A medida representa um esforço da farmacêutica alemã para apaziguar os investidores antes da reunião de acionistas, em abril. Até o momento, é esperado que a empresa avance na resolução dos processos legais. A empresa fechará um acordo apenas se puder trazer uma conclusão considerada razoável para toda a disputa legal, o que significa que também deve incluir uma solução para evitar ações judiciais contra a Bayer no futuro. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.