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03/Dez/2019

Armazenagem: recurso para cerealistas é escasso

A nova linha de crédito para cerealistas, instituída no dia 28 de novembro pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), deve ter os recursos esgotados até o fim de janeiro, na projeção da Kepler Weber (fabricante de silos, armazéns e estruturas para movimentação de granéis). "A expectativa é de que essa linha termine rapidamente por se tratar de obras grandes. Se calcularmos que cada tomador deve pedir em torno de R$ 25 milhões, somente oito tomadores já esgotam o recurso", prevê o superintendente comercial e de marketing da Kepler, Tadeu Vino. A nova linha tem limite de até R$ 200 milhões, destinados para empresas cerealistas, e é voltada para o financiamento de obras civis e a aquisição de máquinas e equipamentos para construção de armazéns e para a expansão da capacidade de armazenagem de grãos. Os recursos são do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

"O aporte disponibilizado é um bom volume, mas com certeza, a necessidade do setor é de algumas vezes desse valor", afirma Vino. A estimativa da Kepler é de que seria necessário pelo menos R$ 1 bilhão para amenizar a necessidade de imediato das empresas cerealistas. "Para o mercado em geral, seria necessário outro R$ 1 bilhão somente no curto prazo e para atender o mercado de armazenagem todo seria necessário em torno de R$ 40 bilhões", projeta. Segundo Vino, a previsão de esgotamento rápido desse aporte deve-se ao fato de que o segmento de cerealistas não era atendido pelo Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) - linha do Plano Safra. "Esse nicho ficou cinco anos sem ter acesso a linha de crédito governamental com juros controlados. Portanto, houve represamento de demanda. Nesse período, parcela do setor foi atendida com outros recursos vinculados, mas a maior parte não teve a necessidade atendida e estava há muito tempo aguardando essa linha", explica o executivo.

Apesar de a perspectiva da demanda desse segmento movimentar os negócios de armazenagem no curto prazo, a Kepler mantém a estimativa de estabilidade nas vendas ante o ano passado, alegando que o valor já estava previsto pelo mercado. O montante de R$ 200 milhões estava alocado anteriormente dentro do valor oferecido de R$ 1,815 bilhão do PCA, no entanto, não contemplava as empresas cerealistas. "Não se trata de um novo recurso, trata-se de um montante redirecionado. A novidade é que agora abrange uma nova categoria", afirma Vino. A Kepler estima que, se as empresas cerealistas solicitarem o crédito assim que disponível, os equipamentos devem estar prontos para utilização da próxima 2ª safra de milho, em meados de maio e junho de 2020. A maior parte da demanda deve vir do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e de Mato Grosso. "Pelas estatísticas, essas são as regiões com o maior déficit de armazenagem", acrescenta Vino. Fonte: Agência Estado.