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25/Set/2019

Insumos: plataforma de crédito para as revendas

A fintech Pagsafra, que criou uma plataforma online para adiantar recursos financeiros a distribuidoras de insumos referentes a débitos por produtores rurais, espera antecipar a estas empresas na safra 2019/2020 um montante de aproximadamente R$ 120 milhões. O valor é modesto quando comparado ao total de recursos movimentado por revendas do País todos os anos, de R$ 120 bilhões a R$ 140 bilhões. Por isso, a expectativa é de que o volume dobre na safra 2020/2021 e chegue a R$ 1 bilhão em 36 meses. Trata-se de um valor baixo se comparado aos que é negociado no mercado. O pagsafra.com está operando uma versão para um número restrito de clientes ainda em fase de testes. Considerando algumas melhorarias que implementamos, a data que a plataforma deverá estar à disposição do mercado deve ser a partir de 15 de outubro.

A ideia surgiu da necessidade de as distribuidoras terem alto capital de giro ao longo da safra para comprar os insumos agrícolas dos fabricantes, adiantar o produto ao agricultor e só receber quase um ano depois, durante a colheita. Nestas operações, um dos documentos entregues pelos produtores às revendas são as duplicatas, que preveem o pagamento em dinheiro, diferentemente da Cédula de Produto Rural (CPR), que permite a amortização também com o produto agrícola colhido. As revendas acabam ficando com as duplicatas nas gavetas. Muitas não conseguem lidar com o descasamento dos vencimentos (das contas a pagar e a receber) e quebram fazendo dívidas para conseguir lidar com o prazo-safra. É uma situação que mina a rentabilidade delas. O processo para acessar os recursos começa com o cadastro da distribuidora na plataforma. Após inserir uma série de informações sobre o negócio, entre as quais dados de notas fiscais das vendas feitas a produtores, a revenda é informada pelo sistema sobre seu limite de recebíveis e do quanto poderá antecipar.

A partir daí, pode fazer o pedido de adiantamento de recursos e terá a resposta dentro de 48 horas. A plataforma informa também os termos e condições da operação, como o desconto sobre o valor total adiantado, que remunera a startup e seus investidores. Após a revenda aceitar os termos, a plataforma faz o pagamento, em até sete dias. Paralelamente, a Pagsafra gera uma duplicata eletrônica para o produtor rural, que também precisa dar seu aval, de forma online, ao documento. Perto da data de pagamento, o sistema enviará um lembrete ao produtor, que fará o pagamento diretamente à Pagsafra, por meio de boleto. O custo do dinheiro para as revendas, cobrado pela startup, é similar ao cobrado pela indústria de agroquímicos, mas a solução é mais competitiva. As taxas de juros aplicadas pelas empresas de agroquímicos costumam variar de 1,2% a 1,6% ao mês, enquanto bancos cobram de 1,4% a 1,6% ao mês.

A Pagsafra quer trabalhar com taxas intermediárias entre as das químicas e de bancos, mas com diferenciais: rapidez na liberação do dinheiro, em até sete dias, e a possibilidade de a distribuidora obter desconto na compra dos insumos à vista. As empresas de agroquímicos, que recebem à vista; as revendas, que acumulavam duplicatas na gaveta, poderão receber descontos com pagamento imediato, e o investidor (do Pagsafra), pois estão faltando produtos estruturados no mercado com boa remuneração. O fundo investidor será remunerado pelo CDI (semelhante à Selic) mais spread (taxa de juro adicional, que variará de acordo com o perfil da dívida da revenda). Os recursos a serem antecipados às distribuidoras pela Pagsafra vêm de um fundo de investimentos e do grupo Superbid, que em agosto ingressou como parceiro da iniciativa. O objetivo é atingir toda a cadeia de distribuição, do Rio Grande do Sul ao Pará. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.