18/Set/2019

De acordo com o Rabobank, em relatório trimestral sobre commodities agrícolas divulgado nesta terça-feira (17/09), o excesso de oferta no mercado global de fosfatados e de potássio pode gerar boas oportunidades de compra de fertilizantes para o produtor brasileiro até o fim de ano. Os produtores podem aproveitar para adquirir o volume que falta para a próxima safra ou para travar os custos da safra 2020/2021. No entanto, a previsão não considera a volatilidade cambial, porque o dólar ainda mantém os custos com esses insumos elevados. A valorização da moeda ante o Real sustentou os preços internos de adubos ainda que no mercado internacional as cotações tenham cedido nos últimos meses.

Os preços dos fosfatados em dólar estão hoje nos patamares mais baixos dos últimos 12 meses e devem atingir o menor valor em 10 anos nas próximas semanas. O excesso de oferta nesse mercado contribuiu para que o preço do fosfato diamônico (DAP) recuasse 23% ao longo desse ano e a desvalorização do yuan tem criado um espaço para que os preços caiam um pouco mais, poia a China é um importante fornecedor do insumo. Para o quatro trimestre, e expectativa é de restrição de oferta temporária em algumas plantas, o que pode equilibrar o mercado e fornecer suporte para a recuperação dos preços. O excesso de oferta também pressionou os preços do potássio. O preço do KCl (cloreto de potássio) recuou 8% nos portos brasileiros no acumulado deste ano. Essa queda é resultado do excesso de oferta no mundo, dos altos estoques acumulados na China e na Índia e do atraso no fechamento de novos contratos desses países.

Tal cenário deve manter a influência negativa nos preços pelo menos até que um dos países se mova. A ureia (matéria-prima de fertilizantes nitrogenados) também voltou a recuar nesse segundo semestre, mesmo com o leilão de compra da Índia de julho atingindo 1,7 milhão de toneladas. A demanda do País deve ser decisiva para os rumos dos preços dos nitrogenados no quarto trimestre deste ano. Uma demanda próxima de 1 milhão de toneladas deve dar suporte aos preços até o final do ano, já que a demanda no Hemisfério Norte deve reaquecer a partir de outubro. No início deste mês, o País abriu uma licitação para compra do produto e recebeu cerca de 2 milhões de toneladas de oferta. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.