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21/Ago/2019

Fertilizantes: recuo no gás pode elevar a produção

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em um estudo sobre a competitividade do gás natural no âmbito do Novo Mercado de Gás, programa lançado pelo governo em julho, o Brasil tem espaço para pelo menos mais quatro fabricantes de fertilizantes, em um cenário que prevê aumento da produção de grãos nos próximos 15 anos. Para que isso aconteça, porém, o preço do gás natural deveria cair para um patamar entre US$ 4,00 e US$ 7,00 por milhão do BTU, a metade do que é hoje. Essas novas fábricas consumiriam juntas cerca de 8,5 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural, que somados ao consumo de uma planta em construção, a UFN III (Três Lagoas - MS), somariam 10,6 MMm³/dia. A materialização deste potencial reduziria a dependência externa de ureia dos atuais 75% para 10% do consumo total em 2034.

Intitulado "Competitividade do Gás Natural: Estudo de Caso na Indústria de Fertilizantes Nitrogenados", o documento é o primeiro de uma série de trabalhos que serão realizados pela EPE para avaliar o potencial de entrada de novas unidades industriais intensivas em gás natural no âmbito do programa governamental Novo Mercado de Gás. Segundo o Ministério da Economia, com a entrada no mercado do abundante gás do pré-sal e da bacia Sergipe-Alagoas, em torno de 2023/2025, o preço do gás natural deverá cair pela metade. O consumo final de gás natural no Brasil vem apresentando estagnação, desde 2011, no montante médio de 50 milhões de m³ por dia, tendo como principal motivo o baixo desempenho do setor industrial nos últimos anos, cuja participação corresponde a 55% do consumo final (sem geração de energia elétrica) de gás natural, incluindo seu uso como matéria prima. No contexto de ampliação da produção de alimentos no Brasil e no mundo, as perspectivas para o setor agrícola nacional são positivas, o que favorece a construção de novas plantas de fertilizantes no País.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial vai aumentar dos atuais cerca de 7 bilhões para 10 bilhões de pessoas em 2050, quando será necessário mais 50% de alimentos do que é produzido hoje. O Brasil importou cerca de 9 milhões de toneladas de fertilizantes nitrogenados em 2018, o dobro comparado a 2008, principalmente ureia. Tal déficit vem aumentando seguidamente nos últimos anos e, atualmente, representa cerca de 30% do total negativo gerado na balança comercial de produtos químicos. Já os volumes de produção são praticamente os mesmos há mais de uma década e não atendem às necessidades do País, resultando em uma grande dependência externa. O gargalo para investimentos em novas fábricas de fertilizantes envolve, além do preço do gás, questões logísticas, tributárias e ambientais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.