19/Ago/2019
A American Vanguard Corporation (Amvac), empresa de agroquímicos, fertilizantes especiais e produtos para gramíneas e saúde animal com sede em Newport Beach, no Estado norte-americano da Califórnia, chega ao Brasil neste ano com planos de fazer do País seu segundo maior mercado global. Atualmente, dos US$ 500 milhões faturados pela companhia, 60% vêm dos Estados Unidos e 40% de outros países, com destaque para a América Central. O Brasil ainda não tem participação expressiva, segundo o CEO da Amvac do Brasil, Thomas Britze. A meta é crescer nos próximos anos acima do que a Defensive & Agrovant (empresa brasileira adquirida em janeiro) vinha crescendo, que era em torno de 16% ao ano. Com isso, nos próximos cinco anos, espera que o Brasil se torne nosso mercado número dois, atrás dos Estados Unidos.
A Amvac entrou oficialmente no Brasil em 2018, quando contratou Britze para identificar empresas com potencial para serem adquiridas pela companhia. Em janeiro, comprou 100% da Defensive & Agrovant, distribuidora de insumos de Jaboticabal (SP). O valor da operação não é informado - as vendas anuais da empresa são estimadas em US$ 20 milhões. Além do incremento constante das vendas nos últimos cinco anos, pesou sobre a decisão de compra o fato de a Defensive dispor de um portfólio variado, com agroquímicos e, também, fertilizantes especiais. A maioria das empresas do setor só atuam em um segmento. Fundada em 1969 e hoje listada na Bolsa de Nova York (NYSE), a Amvac tem filiais na Costa Rica, no México, no Canadá e na Austrália, e opera por meio de representantes na Europa, Ásia e América Latina.
A Amvac é uma empresa de aquisições, com cerca de 50 operações nos últimos 15 anos. Comprou vários produtos de diversas empresas, como Bayer, e também algumas empresas. Por muitos anos a empresa permaneceu focada no mercado norte-americano, mas há cerca de dez anos deu início a um processo de internacionalização. O avanço no Brasil se dará pelo crescimento orgânico da Defensive & Agrovant nos próximos anos, com maior atenção às culturas da soja e do milho e lançamento de uma nova tecnologia de agricultura de precisão, chamada Simpas, prevista para chegar aqui na safra 2021/2022. Até então, a Defensive tinha nos mercados de frutas, hortaliças e café sua principal fonte de receita, ainda que nos últimos dois anos tenha se voltado à soja e ao milho. Agora quer participar mais desses dois mercados. Está contratando mais pessoas para a equipe comercial, para aumentar a presença nacional.
O plano é que nos próximos anos ao menos 50% do faturamento da empresa no Brasil venha destas duas culturas. A Amvac trabalha também para começar a atuar em outras frentes de combate e manejo de pragas e doenças, como defensivos biológicos. Hoje, atua somente com agroquímicos pós-patente - cuja patente já expirou. A empresa está em negociação para acessar uma linha de produtos biológicos, mas esse acordo não deve sair este ano. A Amvac no Brasil continua atenta a novas oportunidades de negócios envolvendo companhias, linhas de produtos ou parcerias. Há muitas propostas de empresas à venda no mercado brasileiro, há boas oportunidades. Por ora, não há planos de investir em novas fábricas, e, sim, em agregar novos produtos ao portfólio e fazer outras parcerias. A Defensive ainda não comercializa herbicidas no Brasil, mas a Amvac está buscando acordos com empresas do País ou do exterior para comercializar este tipo de defensivo no Brasil. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.