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07/Ago/2019

Defensivos: preocupação com a imagem do Brasil

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que haverá cada vez mais aprovação de registros de defensivos agrícolas, o que é necessário para o Brasil entrar na modernidade. Depois de polêmica criada após a liberação de novos defensivos, a ministra alegou que os produtos autorizados atualmente têm menos toxicidade e são melhores para o País. A aprovação de mais produtos mostra mais eficiência, pois são produtos menos tóxicos. Segundo a ministra, é preciso continuar aprovando mais produtos e isso ocorrerá cada vez mais, para que o Brasil tenha produtos cada vez menos tóxicos. Tereza Cristina afirmou estar incomodada com as notícias sobre o assunto e considera necessário tomar cuidado para não "aterrorizar" os consumidores brasileiros e os consumidores externos. Ainda segundo ela, o consumidor brasileiro não está sendo impactado, a não ser pelo mau uso de defensivos.

A ministra convidou jornalistas para um café da manhã nesta terça-feira (06/08) com professores, especialistas e representantes de órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para discutir sobre a liberação de defensivos e para evitar questionamentos no exterior. Ela afirmou que o alimento produzido no Brasil é absolutamente seguro. Ela admitiu, no entanto, que não existe risco zero e que problemas existem. Tereza Cristina disse ainda que um tema técnico foi se transformado em “combustível” para a guerra comercial no exterior. Há dados imprecisos sendo utilizados sem credibilidade e que estão gerando insegurança para o consumidor. Segundo a ministra, a repercussão de notícias pode levar a questionamentos por outros países, o que ainda não ocorreu. A ministra defendeu o registro de novos defensivos agrícolas afirmando que eles são menos tóxicos do que os antigos.

Segundo a ministra, a lei brasileira não permite registro de produto mais tóxico ou com a mesma toxicidade dos já existentes. Ela ressaltou que o processo de análise de defensivos não mudou neste governo, mas que há mais gente trabalhando nessas avaliações e que a avaliação de pedidos de registros de agrotóxicos é feita pela área técnica do Ministério da Agricultura e segue protocolos rígidos. Segundo ela, somente a ciência deve continuar pautando as políticas públicas do setor agropecuário.

A ministra rebateu a informação de que o governo do presidente Jair Bolsonaro liberou defensivos em número recorde. De acordo com dados apresentados por ela, dos 262 produtos registrados neste ano, apenas sete são novos, sendo os demais equivalentes ou genéricos ao que já vinha autorizado. Ela afirmou ainda que existe uma fila com mais de 2 mil pedidos e que nenhum registro concedido este ano começou a tramitar em 2019. Trata-se de uma metodologia científica.

A ministra e especialistas escolhidos por ela rebateram pesquisas que mostram a liderança mundial do Brasil no uso de defensivos agrícolas, a falta de segurança dos produtos utilizados do Brasil e o uso de agrotóxicos proibidos em outros países pelos agricultores brasileiros. Segundo ela, o Brasil não utiliza defensivos banidos no exterior. Há pesticidas que são usados no Brasil e não na Europa porque eles não têm a mesma cultura. O Brasil não utiliza nada que não pode ser usado. A ministra questionou também dados que mostram que o Brasil é o primeiro país em gastos com defensivos agrícolas e disse que se trata de valores nominais e que se for analisado o gasto por hectare, o País cai para a 44ª posição. Uma das pesquisas questionadas foi a do Instituto Butantã, que concluiu que não existe dose mínima totalmente não letal para os defensivos usados na agricultura brasileira.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que dos dez agrotóxicos citados na pesquisa, sete são utilizados no mundo todo e, dos outros três, um nunca foi autorizado no Brasil, outro foi proibido em 2017 e o terceiro tem uso restrito. O Brasil está bastante equivalente aos outros países. A professora da Universidade de Brasília (UnB), Eloisa Caldas, especialista em toxicologia, afirmou que risco zero não existe, mas que a relação de risco no consumo de alimentos é extremamente baixa. O pesquisador da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Caio Carbonari, ressaltou que os pedidos na lista para liberação de defensivos hoje são de produtos 42% mais seguros. Em geral, os novos registros são moléculas mais seguras do que as que já temos no mercado, não faz nenhum sentido represar isso. Não interessa ao Brasil atrasar a chegada dessas tecnologias. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.