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12/Jun/2019

JOHN DEERE defende crédito a taxas de mercado

O presidente da John Deere no Brasil, Paulo Herrmann, defendeu que o setor de máquinas agrícolas e o governo busquem meios para que o agronegócio brasileiro dependa menos do crédito subsidiado e acesse mais recursos com taxas de juros de mercado. "Nós precisamos construir a ponte com o livre mercado. Temos um sistema (de crédito) que vinha vigorando até agora, mas precisamos de alguma coisa para atravessar esse rio e depois estourarmos a ponte", disse Herrmann ao Broadcast Agro. Herrmann se referia às linhas do Plano Safra que contam com taxas de juros equalizadas, especialmente a do Moderfrota, principal programa federal de financiamento de maquinário agrícola. "O que não podemos é explodir a ponte antes de atravessar o rio", ponderou o executivo.

Herrmann argumentou que, às vésperas do lançamento do Plano Safra 2019/20, é preciso aguardar para saber o volume que o governo federal oferecerá para o financiamento de máquinas, para então avaliar as possibilidades de complementação. "Aí vamos ver de que opções precisaremos para complementar, se é que precisaremos complementar o montante anunciado pelo governo (para o Moderfrota)", afirmou Herrmann. Na safra 2018/19, o Plano Safra anunciou R$ 8,9 bilhões para o programa. Para 2019/20, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) solicitou R$ 14 bilhões, considerando a necessidade de R$ 3 bilhões adicionais demandados pela indústria para suprir o déficit do último trimestre do ciclo 2018/19 (de abril a junho), à correção inflacionária e à perspectiva, "conservadora e oficial" da Anfavea de aumento das vendas de máquinas agrícolas em 2019, de 10,9%.

Dentre as alternativas de crédito do mercado que poderiam complementar as linhas de financiamento de máquinas com juros subsidiados, consideradas pelo presidente da John Deere no Brasil, está o Crédito Direto ao Consumidor (CDC). Bancos de fábrica e alguns bancos de varejo vêm promovendo o CDC como forma de adquirir máquinas agrícolas, já que a linha trabalha com prazo longo de amortização, ainda que menor que o do Moderfrota e com juros de mercado. Herrmann ressaltou que o governo também precisa buscar o setor financeiro para discutir formas de aumentar o financiamento do agronegócio brasileiro. "Se o governo quer construir a ponte, ele tem que conversar com o setor financeiro. É preciso chamá-lo para entrar nesse jogo conosco", afirmou. "Eles (bancos e instituições financeiras) têm interesse. Ninguém quer ficar fora disso aqui (do atendimento ao agronegócio)", disse ele. Fonte: Agência Estado.