21/Mai/2019
A Bayer está vendo seu valor de mercado despencar após a série de condenações por conta do herbicida Roundup, desenvolvido pela norte-americana Monsanto, adquirida pela farmacêutica alemã por US$ 66 bilhões em 2016. No último dia 13 de maio, a Bayer foi condenada por um júri da Califórnia, nos Estados Unidos, a pagar indenização de US$ 2,055 bilhões a um casal que afirma ter desenvolvido câncer por causa do glifosato, presente no herbicida. É a terceira derrota da Bayer na Justiça em casos desse tipo. Desde a oficialização da aquisição, em junho de 2018, a Bayer viu seu valor de mercado cair 40% e hoje a empresa vale menos, cerca de US$ 59 bilhões, que o montante desembolsado pela Monsanto.
Preocupados com as condenações recentes por conta do herbicida, acionistas da Bayer estão em um movimento contínuo de venda das ações da empresa na Bolsa de Frankfurt e exigem mudanças para resguardar o futuro da centenária companhia alemã. Durante a assembleia geral de acionistas realizada em Nova York, no último dia 26 de abril, vários dos seus maiores acionistas retiraram seu apoio à diretoria da Bayer. Muitos dos acionistas da Bayer abandonaram a empresa com medo do quanto a empresa terá que pagar no total por conta das ações sobre os efeitos do glisofato no corpo humano. Apesar de a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos ter emitido parecer favorável à Bayer, dizendo que o glisofato e o herbicida Roundup são seguros, mais de 13 mil pessoas estão processando a empresa nos Estados Unidos.
A cada sentença as pessoas estão menos confiantes que a Bayer vai ter que pagar uma indenização menor do que cinco bilhões de euros. Alguns dos acionistas da Bayer culpam o CEO da empresa. A DWS, braço de investimentos do Deutsche Bank, no entanto, afirma que a saída do CEO só complicaria a situação da empresa neste momento. Um dos principais pedidos dos acionistas neste momento é que a Bayer faça mudanças na sua estrutura corporativa para trazer mais pessoas com experiência no sistema de justiça norte-americano como forma de acertar acordos que sejam favoráveis para a empresa. Outros acionistas já pedem ações mais drásticas, como a divisão do setor farmacêutico da Bayer como forma de salvar seu valor de mercado restante. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.