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25/Abr/2019

Biodefensivos: controle da principal praga do milho

Os produtores contam, cada vez mais, com opções de inseticidas biológicos para controle de pragas nas lavouras. Os chamados biodefensivos reduzem a exposição dos trabalhadores, dos consumidores e do meio ambiente a resíduos químicos. A Embrapa tem ampliado o leque de produtos para controle da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), principal praga do milho, que acomete também outras culturas, como soja, sorgo, algodão e hortaliças. Neste ano, chega ao mercado mais uma novidade: o bioinseticida VirControl S.f., desenvolvido em parceria com a empresa Simbiose. O primeiro inseticida à base de Baculovirus spodoptera, o CartuchoVIT, foi lançado em 2017, como resultado de parceria entre a Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas - MG) e o Grupo Vitae Rural. No ano passado, esse produto foi comercializado em quantidade suficiente para tratar cerca de 15.300 hectares. Para a safra 2019/2020, também será comercializado o bioinseticidaBaculoMIP-Sf, elaborado com uma outra cepa de baculovírus, em parceria entre a Embrapa e a empresa Promip.

Esses bioinseticidas têm como princípio ativo vírus de grande eficácia para controle da lagarta-do-cartucho. Os baculovírus são agentes de controle biológico que não causam danos à saúde dos aplicadores, não matam inimigos naturais das pragas, não contaminam o meio ambiente, nem deixam resíduos nos produtos a serem vendidos nas gôndolas dos supermercados. Testes de biossegurança comprovaram que esses vírus são inofensivos a microrganismos, plantas, vertebrados e outros invertebrados que não sejam insetos. A partir da coleção de cepas de baculovírus da Embrapa Milho e Sorgo, nos últimos anos, têm sido desenvolvidos, juntamente com o setor privado, diferentes bioinseticidas voltados para o controle da lagarta-do-cartucho, que é capaz de reduzir a produção dessa cultura em mais de 50%. Cada empresa utiliza uma formulação própria. Esse fato, aliado ao uso de diferentes cepas, permite criar mais opções de bioprodutos para o agricultor. A segurança dos inseticidas à base de baculovírus, aliada à facilidade de manuseio, faz desses produtos um dos melhores agentes de controle biológico disponíveis para os produtores.

CartuchoVIT, VirControlSf e BaculoMIP-Sf são disponíveis como pó molhável. Para utilizar os produtos, o agricultor dilui o pó em água e aplica no campo. Podem ser usados os mesmos equipamentos de aplicação de produtos químicos, fator que contribui para a redução de despesas dos produtores. Não se trata de um inseticida de contato. A lagarta tem que raspar um pouco a folha que recebeu a aplicação do produto. Ela é infectada pelo vírus, diminui sua alimentação drasticamente e morre em cinco dias. Para garantir a eficácia dos bioinseticidas, o produtor deve seguir as orientações de uso. É importante cuidar do preparo e da aplicação, respeitar a vazão, utilizar o bico correto, dar boa cobertura e entender o melhor posicionamento do produto, ou seja, a data em que se aplica. O processo de desenvolvimento dos bioinseticidas foi longo e envolveu muitas pesquisas. Foram feitos, nos anos de 1980 e 1990, levantamentos de lagartas. O pesquisador vai ao campo, coleta lagartas, observa em laboratório e aí detecta as doentes. As lagartas com sintomas típicos de vírus são trabalhadas.

O agente causador da doença é identificado e é feita a caracterização dos vírus com experimentos ao longo do tempo. Após, é analisada a eficiência de cada isolado de vírus e detectados os melhores isolados. É preciso testar fatores importantes: temperatura de incubação da lagarta depois de infectada, idade do inseto próprio para infecção e concentração de vírus a ser usada. Avaliam-se, então, os resultados para poder orientar a produção. Após todos os estudos, é possível obter parâmetros para a produção do bioinseticida. Lagartas sadias criadas em laboratório são usadas como hospedeiras para multiplicar os vírus e dar origem ao produto. As lagartas mortas são processadas e trituradas, após a secagem do material é colocado um agente inerte (pó básico). Esse trabalho demostra a atuação da Embrapa na chamada bioeconomia. A Empresa transforma conhecimento tecnológico em inovação para a sociedade brasileira, via parcerias público-privadas. Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.