23/Abr/2019
O Banco do Brasil confirmou que colocou à disposição dos clientes R$ 500 milhões para financiamento de máquinas agrícolas em uma linha "clone" do Moderfrota, cujos recursos já se esgotaram. O dinheiro foi remanejado de outras linhas de investimentos do Banco do Brasil menos demandadas, com condições semelhantes às de modalidades do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), porém abastecidas com recursos de poupança. O banco considera que este volume será suficiente para satisfazer às necessidades dos clientes até meados de maio ou muito próximo de junho. A maior preocupação é com a Agrishow, principal feira de tecnologia da América Latina, que terá início na próxima segunda-feira (29/04) em Ribeirão Preto (SP).
No dia 15 de abril, o BNDES informou ter suspendido pedidos de crédito do Moderfrota no dia 11 de abril, em uma sinalização de que os recursos destinados ao programa nesta safra, R$ 8,9 bilhões, se esgotaram quase três meses antes do fim da temporada. No dia seguinte, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) apresentou à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) pedido de suplementação ao Moderfrota no valor de R$ 2,5 bilhões. Os R$ 500 milhões do Banco do Brasil foram liberados há cerca de duas semanas, após os ministérios da Economia e da Agricultura terem autorizado o remanejamento do crédito e a decisão ter sido publicada no Diário Oficial da União (DOU). A medida não implicará qualquer despesa ao Tesouro Nacional e que as condições para emprestar o dinheiro serão as mesmas vigentes para o Moderfrota, incluindo taxa de juros de 7,5% ao ano, para produtores de qualquer porte, com prazo de pagamento de até sete anos.
Uma parte pequena dos R$ 500 milhões, menos de R$ 100 milhões, já foi consumida por produtores rurais durante a Tecnoshow Comigo, feira realizada em Rio Verde (GO) de 8 a 12 de abril. Por isso, o montante próximo dos R$ 500 milhões ainda estará disponível para os que desejarem fechar negócios durante a Agrishow. O banco acredita que os recursos serão suficientes para atender à demanda da Agrishow, baseado nas edições anteriores. Os produtores esperam a feira para comprar porque as revendas de máquinas fazem promoções durante o evento. Outra opção de crédito para a aquisição de máquinas e implementos agrícolas na feira e até o fim desta safra, que termina em 31 de junho, são os recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO).
O dinheiro alocado para o FCO, proveniente de um pequeno porcentual do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), pode ser usado por quem tem propriedade rural na Região Centro-Oeste, para diversos tipos de investimentos, como, por exemplo, construção de armazéns, reforma de pasto e também compra de máquinas. Com arrecadação dos recursos que alimentam o FCO, a estimativa é de que haja entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões mensais disponíveis no fundo, mas este dinheiro não se destina só a máquinas agrícolas. Clientes da Região Centro-Oeste que eventualmente vierem a comprar na Agrishow poderão usar o FCO para financiar a compra. As taxas de juros do fundo estão na faixa de 6,5% ao ano, com pequena variação entre médios e grandes produtores.
Como alternativa ao esgotamento do Moderfrota, o Banco do Brasil também tem visto crescer a procura por consórcios, visando à aquisição de tratores e caminhões. No primeiro trimestre deste ano, o banco negociou 1.689 cotas com tal finalidade (176% a mais que em igual período do ano passado). O número equivale a R$ 249,7 milhões, 155% superior ao apurado nos três primeiros meses de 2018. Pelo consórcio, o produtor tem até dez anos para quitar o bem, em 120 parcelas, sem juros ou IOF, pagando apenas uma taxa de administração dividida ao longo do período contrato. Para receber o produto antes do prazo de dez anos, o produtor tem duas opções: ser contemplado em sorteios ou fazer um lance para levar o produto antes. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.