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22/Abr/2019

Moderfrota: necessário mais recursos em 2019/20

Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o Moderfrota precisará de R$ 14 bilhões para atender à demanda dos produtores brasileiros na safra 2019/2020. O cálculo parte do valor ofertado no Plano Safra 2018/2019, R$ 8,9 bilhões, somado aos R$ 3 bilhões adicionais demandados pela indústria para suprir o déficit do último trimestre da safra (de abril a junho), à correção inflacionária e à perspectiva, conservadora e oficial da entidade de aumento das vendas de máquinas agrícolas em 2019, de 10,9%. É preciso considerar que a produção agrícola está crescendo, que mais produtores estão investindo em bens de capital e pequenos agricultores estão aumentando de porte. O Moderfrota é a principal linha de financiamento de máquinas e implementos para a agricultura. Contudo, o Ministério da Agricultura vem sinalizando que priorizará os pequenos e médios no Moderfrota do Plano Safra 2019/2020, apesar de não estar claro, para o setor agropecuário, qual será a linha de corte para os médios.

Mesmo nesta hipótese, não se espera que o montante a ser alocado para o programa diminua, já que na safra atual os R$ 8,9 bilhões já se esgotaram, assim como R$ 470 milhões adicionais anunciados em fevereiro pelo ministério. Avaliando a posição do ministro da Economia (Paulo Guedes), de reduzir gradualmente os subsídios no Plano Safra e da ministra (Tereza Cristina), sobre os grandes produtores poderem recorrer a alternativas de crédito no mercado, seria mais factível ter recursos no Moderfrota suficientes para os produtores contemplados na próxima safra o ano todo. A posição da Anfavea é de que os recursos precisam ser suficientes para todo o Plano Safra. Essa estratégia de anunciar um montante que não dá para toda a temporada é incompatível com o crescimento da agricultura brasileira. Caso se confirme a perspectiva de o Moderfrota privilegiar pequenos e médios produtores, a entidade poderia contribuir com o Ministério da Agricultura em um novo cálculo de demanda de recursos, tomando por base a mesma linha de raciocínio adotada para projetar os R$ 14 bilhões.

Quanto às taxas de juros, a previsão é de que elas devam ser um pouco superiores às atuais, de 7,5% e 9,5% ao ano, dependendo do porte do produtor, com a provável menor participação do governo na equalização dos juros. Se os juros forem levemente elevados, por exemplo, de 7,5% ao ano para 8% ao ano, não haverá impacto negativo para indústria e os produtores. Mas, se o incremento for de 2%, o juro não será atrativo para o pequeno e o médio produtor. É importante lembrar que o raciocínio do governo é manter a taxa atrativa para estes agricultores. Mesmo que os juros subam, é indispensável a manutenção de determinadas regras, como uma taxa fixa (ao invés de juros pós-fixados), 14 meses de carência e prazo de sete anos de amortização (já incluída a carência). Existe a necessidade de o governo repensar a política de conteúdo local do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que hoje exige de montadoras o uso de determinado percentual de matéria-prima produzida no País para poderem vender suas máquinas por meio de linhas com juros subsidiados.

A medida existe para estimular não apenas as vendas, como também investimentos da indústria no País, que tem um alto custo e é compensada com negócios mais volumosos. Além disso, a intenção do governo federal de promover a abertura comercial do Brasil exigirá maior competitividade da industrial local, que pode ser comprometida pela redução dos estímulos federais (com dinheiro e juros baixos) à aquisição de bens de capital. Se tal política for mantida, seria necessária a flexibilização das regras de conteúdo local acompanhando a abertura comercial. O fato é que não se tem conhecimento sobre qual será o plano do governo para o setor de máquinas. As filiais das montadoras na China, no Canadá, nos Estados Unidos e também no Brasil competem entre si por investimentos. Para continuar com os investimentos no País, é preciso previsibilidade. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.