18/Nov/2025
A AgroGalaxy fechou o terceiro trimestre de 2025 com prejuízo líquido ajustado de R$ 611,8 milhões, redução de 61,2% ante os R$ 1,578 bilhão negativos registrados no mesmo período de 2024. O resultado reforça o avanço na execução do plano de recuperação judicial e reflete o corte expressivo de despesas operacionais, que caíram 69% no período, para R$ 56 milhões. A economia na comparação anual chegou a R$ 124 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado permaneceu negativo em R$ 134,4 milhões, mas apresentou melhora de 89,1% comparado aos R$ 1,237 bilhão negativos do terceiro trimestre de 2024. A margem Ebitda ajustada ficou negativa em 32,2%, ante os 101,5% negativos do ano anterior. A receita líquida totalizou R$ 417,9 milhões, queda de 65,7% ante os R$ 1,218 bilhão do terceiro trimestre de 2024. O faturamento foi composto por R$ 247,2 milhões em insumos agrícolas e R$ 170,6 milhões em originação de grãos.
O recuo reflete o menor porte da empresa após o fechamento de mais de 100 lojas desde o início da recuperação judicial, em setembro de 2024. "O contexto atual tem exigido um esforço ainda maior de toda a companhia. A liquidez do mercado permanece restrita, o que tem levado o produtor a postergar decisões de compra, adquirindo apenas o mínimo necessário", afirmou o CEO Eron Martins. O lucro bruto ajustado reverteu o prejuízo do ano anterior e ficou positivo em R$ 2,6 milhões, ante os R$ 160,2 milhões negativos do terceiro trimestre de 2024. Na divisão de insumos, a margem saltou para 7%, ante os 19,3% negativos do ano anterior. Em produtos novos vendidos a prazo, a margem atingiu 12%. A empresa já atingiu o patamar de custos fixos previsto para 2026 e projeta economia adicional de R$ 3,5 milhões a R$ 4 milhões por mês no início do próximo ano. "Um real a mais de faturamento não é um real a mais de lucro, mas um real a menos de despesa é um real a menos de prejuízo", afirmou o CFO Luiz Conrado Sundfeld.
Eron acrescentou que a companhia segue firme no propósito de crescer de forma sustentável. "Temos adotado medidas consistentes de controle e redução de custos e seguimos fazendo o nosso dever de casa para preservar a saúde financeira e operacional da companhia", disse. O plano de recuperação judicial, aprovado por 82,4% dos credores, prevê o reperfilamento de R$ 4,6 bilhões em dívidas com carência de dois a três anos e amortização estendida por até 16 anos. A AgroGalaxy ampliou o uso do barter como principal ferramenta comercial no terceiro trimestre de 2025 e reduziu a inadimplência dos clientes em meio a um mercado ainda marcado por liquidez restrita. A modalidade representou 62% das vendas no período, ante cerca de 49% anteriormente. O CEO, Eron Martins, explicou que a troca de insumos por grãos tem se mostrado mais adequada ao momento atual do agronegócio, no qual produtores evitam compras a prazo e negociam apenas o necessário para seguir com o manejo.
Segundo ele, a operação com grãos oferece mais segurança no recebimento e reduz a exposição a calotes. “A relação de troca é mais eficiente do que discutir preço. Receber em grãos dá previsibilidade no crédito e reduz risco”, afirmou. A melhora da inadimplência foi consistente ao longo do ano. Os vencimentos de 2025 registraram redução mês a mês e ficaram abaixo do patamar observado no ano anterior. O CFO, Luiz Conrado Sundfeld, atribuiu o movimento à combinação de fatores: recuperação parcial das condições do produtor, gestão mais rígida na concessão de crédito e ajustes no processo de cobrança. Ele destacou que a safra recente trouxe renda ao campo, ainda que dentro de um ambiente financeiro menos favorável. Também afirmou que, internamente, a empresa revisou análises de risco, endureceu critérios e passou a acompanhar mais de perto a evolução da carteira. “A inadimplência está caindo por melhorias operacionais e por uma safra mais equilibrada”, disse.
O ambiente de crédito continua mais exigente no setor. Eron afirmou que fornecedores passaram a exigir garantias antes de liberar insumos, prática que se generalizou no mercado. A AgroGalaxy também adotou postura mais seletiva e tem solicitado garantias mais robustas, especialmente para clientes com histórico limitado ou operação sensível à volatilidade. A política faz parte do plano de recuperação judicial, que prevê disciplina na concessão e maior controle sobre o fluxo de recebíveis ao longo do ciclo da safra. O comportamento de compra do produtor também influenciou a estratégia comercial. De acordo com a administração, muitos agricultores têm adquirido insumos por etapas, conforme a lavoura demanda, em vez de fechar o pacote completo de uma só vez. Esse movimento de repique levou a empresa a ajustar estoques e priorizar produtos com múltiplas aplicações, de modo a reduzir paralisações e evitar sobras ao fim da temporada.
A carteira de pedidos no fim do trimestre permaneceu no mesmo nível dos R$ 325 milhões do ciclo anterior, mas com perfil distinto, mais voltado à 2ª safra. A companhia também manteve a estratégia de fortalecer o mix de especialidades, que respondeu por 13% da receita de insumos no trimestre. Esses produtos, segundo a administração, geram margens superiores e ajudam a equilibrar o desempenho em um mercado mais lento e com menor apetite por compras antecipadas. A AgroGalaxy projeta uma janela de comercialização da 2ª safra mais tardia neste ciclo e prepara nova etapa de redução de despesas a partir de 2026, após atingir antecipadamente o patamar de custos fixos previsto para o próximo ano. O CEO, Eron Martins, afirmou que o produtor tem adiado decisões de compra diante do regime irregular de chuvas no Cerrado. "A chuva veio, mas ela ainda não é uniforme. Com isso, o produtor está deixando para o último minuto para fechar o pacote de 2ª safra", disse.
A empresa projeta economia adicional de R$ 3,5 milhões a R$ 4 milhões por mês no início de 2026, o que representa impacto de R$ 35 milhões a R$ 50 milhões no Ebitda anual. Há duas semanas, o risco de uma segunda safra menor era considerado relevante. Goiás ficou cerca de 20 dias sem chuva, o que acendeu alerta sobre o tamanho da área plantada. O cenário melhorou com o retorno das precipitações, e a companhia hoje avalia que o ajuste deve ocorrer no calendário, não na área. "Eu acredito muito mais numa janela um pouco mais tardia da safrinha do que numa redução no tamanho", afirmou Eron. Ele destacou que a segunda safra é essencial para a rentabilidade do produtor em um contexto de margens apertadas na soja e custos fixos elevados, como arrendamentos que podem variar de 15 a 20 sacas de 60 Kg por hectare. A empresa encerrou o trimestre com estoque antigo reduzido para cerca de 12% do total, com menos de 10% em defensivos.
O CFO, Luiz Conrado Sundfeld, disse que o escoamento desse material ainda pressiona as margens contábeis, mas melhora o caixa. "É um estoque que já está pago. Você está melhorando muito o ciclo de conversão de caixa", afirmou. A companhia chegou a operar com ciclo de conversão de caixa negativo, gerando recursos ao faturar mesmo vendendo a prazo. A meta é encerrar 2025 com o estoque antigo abaixo de 10%. O ponto mais desafiador, de acordo com o executivo, está nas linhas de especialidades. Após o início da recuperação judicial, os dois principais fornecedores desse segmento deixaram de atender a companhia, o que exigiu a busca de novos parceiros e a reorganização do portfólio. "A gente tem um desafio só no escoamento desse estoque de especialidades", disse Eron. As especialidades representaram 13% da receita de insumos no trimestre e seguem como foco por oferecerem margens superiores aos produtos tradicionais. O lucro bruto ajustado ficou positivo em R$ 2,6 milhões, revertendo o resultado negativo de um ano antes.
A margem de insumos alcançou 7% no trimestre, impulsionada por revisão do portfólio e maior participação de itens essenciais. Em produtos novos vendidos a prazo, a margem chegou a 12%. Na divisão de grãos, a margem ficou negativa em 8,6%, reflexo da sazonalidade da operação de milho. "É uma operação rentável, mas a maior parte desse resultado vai aparecer no quarto trimestre, que o grosso do escoamento foi em outubro, e um pedaço ainda em novembro", afirmou Conrado. A carteira de pedidos se manteve no patamar de R$ 325 milhões, mas com composição diferente. Parte maior do volume agora está associada à 2ª safra, enquanto os pedidos ligados à soja perderam força. "Ali você tinha muito de safra; este aqui agora já tem um bocado de safrinha", afirmou Eron. Praticamente toda a receita do terceiro trimestre teve origem na carteira formada no ciclo anterior. O comportamento de compra do produtor segue mais lento que o usual, com decisões fracionadas ao longo do ciclo. Em vez de fechar o pacote completo de insumos no início da safra, muitos agricultores têm comprado por etapas, conforme a necessidade da lavoura. Esse movimento levou a empresa a priorizar produtos de múltiplas aplicações para reduzir o risco de sobras ao final da temporada.
"O produtor comprou só uma aplicação e meia, num total de três. Ainda tem mercado de soja rodando", disse o CEO. A companhia mantém a estratégia de fortalecer suas marcas regionais - Agro100, AgroCat e Rural Brasil - presentes em nove Estados, além da sementeira Sementes Campeã. Eron afirmou que o modelo mais descentralizado tem reaproximado a empresa do produtor. A empresa opera hoje com 63 lojas, 14 silos e uma unidade de sementes. A AgroGalaxy emitiu em novembro a primeira série de debêntures prevista no plano de recuperação judicial, no valor de R$ 917 milhões, com prazos de 10 e 16 anos. Do total, R$ 559 milhões são conversíveis em ações. A segunda emissão está prevista para o fim do mês. A AgroGalaxy atingiu no terceiro trimestre o nível de custos fixos originalmente previsto para 2026 e prepara uma nova etapa de redução de despesas a partir do próximo ano.
O CEO, Eron Martins, afirmou que a empresa trabalha com um corte adicional de R$ 3 milhões a R$ 3,5 milhões por mês no início de 2026. "A gente conseguiu no fim de setembro ter um nível de custo fixo que era esperado somente para 2026. Isso não significa que a gente vá parar", disse. A companhia encerrou o trimestre com despesas operacionais de R$ 56 milhões, excluindo depreciação, amortização e provisões, redução de 69% ante igual período de 2024. No acumulado anual, a economia chegou a R$ 124 milhões. O CFO, Luiz Conrado Sundfeld, afirmou que a redução tem impacto direto no resultado. "A gente costuma dizer aqui dentro da companhia que R$ 1,00 de redução de despesa é R$ 1,00 de lucro e é R$ 1,00 de caixa", disse. Segundo ele, a empresa está finalizando a projeção de despesas para 2026. A redução de custos integra o plano de recuperação judicial aprovado em 2024. A AgroGalaxy diminuiu sua estrutura de 170 lojas antes da recuperação judicial para 63 unidades, além de operar 14 silos e a unidade de sementes.
A empresa mantém presença em nove Estados e direciona esforços para regiões com menor risco climático e maior capacidade de pagamento dos produtores. Eron afirmou que a reorganização não prejudica o atendimento. "A gente, de volta às raízes, está muito focada nisso. O produtor consegue nos enxergar como aquela revenda lá do passado, onde ele chegava com um problema para resolver e quem estava na loja resolvia", disse. A operação atual reúne as marcas Agro100, AgroCat e Rural Brasil, além da Sementes Campeã. O executivo afirmou que o ambiente de mercado permanece mais restrito, com produtores postergando compras. "A liquidez do mercado permanece restrita, o que tem levado o produtor a postergar decisões de compra, adquirindo apenas o mínimo necessário", afirmou. A AgroGalaxy reportou margem bruta de 11,8% nas vendas de produtos adquiridos em 2025, avanço que, segundo o CFO, Luiz Conrado Sundfeld, já se aproxima do previsto no plano de recuperação judicial. O executivo observou que o desempenho dos itens novos convive com o impacto do escoamento de estoques antigos, que reduz a margem consolidada, mas reforça a posição de caixa.
"É um estoque que já está pago. Você está melhorando muito o ciclo de conversão de caixa", disse. No trimestre, a margem bruta ajustada ficou em 0,6%, revertendo o resultado negativo de 13,1% registrado um ano antes. O lucro bruto ajustado alcançou R$ 2,6 milhões, após prejuízo de R$ 160 milhões no terceiro trimestre de 2024. Nos insumos, a margem chegou a 7%, apoiada pela revisão do portfólio e pela maior participação de itens essenciais. Segundo Sundfeld, o comportamento da margem nos produtos novos indica uma trajetória mais próxima do planejado. "A gente já começa a ver consistência na margem dos produtos novos", afirmou. O estoque antigo representa hoje cerca de 12% do total, com menos de 10% em defensivos. A empresa pretende encerrar 2025 com esse volume abaixo de 10%. Sundfeld lembrou que a AgroGalaxy operou com ciclo de conversão de caixa negativo no trimestre, favorecida pelo giro de mercadorias de ciclos anteriores. Aproximadamente 10% das vendas foram à vista, operação que reduz margem, mas evita consumo de capital de giro. O CEO, Eron Martins, afirmou que o principal desafio está no segmento de especialidades.
Após o início da recuperação, dois dos principais fornecedores deixaram de atender a companhia, exigindo a reorganização do portfólio e a negociação com novos parceiros. "A gente tem um desafio só no escoamento desse estoque de especialidades", disse. As especialidades responderam por 13,2% da receita de insumos no trimestre. Na operação de grãos, a margem permaneceu negativa em 8,6%, refletindo a sazonalidade da comercialização de milho. Sundfeld destacou que o quarto trimestre deverá concentrar o resultado da divisão, com maior volume de escoamento ocorrido em outubro e parte de novembro. As despesas financeiras totalizaram R$ 480 milhões no trimestre, influenciadas principalmente pelo reconhecimento contábil das perdas nas cotas subordinadas de um FIDC. A carteira de pedidos encerrou o trimestre próxima de R$ 325 milhões, com mudança no perfil: maior peso para produtos ligados à safrinha, enquanto pedidos associados à soja perderam ritmo. Segundo Eron, o produtor tem espaçado as compras ao longo do ciclo, o que mantém o fluxo mais lento do que em anos anteriores. Fonte: Broadcast Agro.