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16/Oct/2025

Fertilizantes: o consumo no Brasil segue aquecido

Segundo a StoneX, o Brasil deve comprar mais nitrogenados no quarto trimestre para preparar a área da 2ª safra de milho de 2026. Três pontos de fora vão guiar preço e disponibilidade: China (exportação de ureia, MAP e DAP), Índia (licitações para a safra de inverno, chamada rabi) e Estados Unidos (tarifas e possíveis sanções). A demanda por nitrogenados ganha força no fim do ano. O comportamento de China, Índia e Estados Unidos define prêmios e janelas de compra. A Índia deve manter leilões para repor fosfatados, porque saiu das monções com estoques baixos de fosfato diamônico (DAP). Se a China continuar limitando exportações, a oferta global segue curta. Qualquer flexibilização tende a aliviar os prêmios. Nos Estados Unidos, as tarifas criaram um descolamento de preços no primeiro semestre, mas o spread diminuiu depois que os norte-americanos importaram mais da Rússia.

O risco de nova medida regulatória, porém, continua no radar. Em 2025, houve dois choques de oferta. A China segurou exportações de ureia, fosfato monoamônico (MAP) e DAP para atender o mercado interno. O país representa cerca de 10% das exportações globais de ureia e 23% das vendas de MAP e DAP. Em junho, o conflito entre Israel e Irã parou fábricas no Egito e no Irã por falta de gás, tirando uma fatia relevante da ureia do mercado. Da noite para o dia, cerca de 20% da oferta global de ureia saiu do mercado. As tarifas dos Estados Unidos amplificaram as distorções. Em maio, a ureia FOB Nova Orleans foi a US$ 546,00 por tonelada, enquanto no Brasil o preço CFR estava em US$ 376,00 por tonelada, diferença de US$ 180,00 por tonelada em plena baixa temporada norte-americana. Depois, o spread caiu com a participação russa nas compras dos Estados Unidos avançando de 27% em setembro de 2024 para 67% em junho de 2025.

No Brasil, as relações de troca piores levaram à troca de mix. Em quase nenhum momento de 2025 a ureia deu o melhor custo por ponto de nitrogênio. O nitrato de amônio levou vantagem em boa parte do ano e depois o sulfato de amônio. Até agosto, as importações somadas de sulfato de amônio e nitrato de amônio superaram as de ureia, algo que não ocorria desde 2015. Nos fosfatados, as importações de MAP caíram 22% até setembro ante 2024, enquanto superfosfato simples (SSP) e NP subiram 29%. A relação soja-MAP voltou aos piores níveis desde 2022, quando eclodiu a guerra entre Rússia e Ucrânia. Para o último trimestre, a tendência é de menor procura brasileira por fosfatados e potássicos, pois o pico de compras para a safra de verão (1ª safra 2025/2026) já passou. O encarecimento de insumos industriais adiciona pressão.

O enxofre subiu cerca de 90% desde janeiro e a amônia acumulou alta por 18 semanas seguidas na Europa. Matérias-primas mais caras comprimem margens da indústria e limitam quedas no preço final. Mesmo com custos altos, o consumo brasileiro segue aquecido. De janeiro a julho, as entregas subiram 10% ante 2024 e as importações até setembro avançaram 7%. A produção local cresceu 7%, concentrada em fosfatados, mas está abaixo de 2013 e não altera a elevada dependência externa. Mato Grosso do Sul lidera as entregas, com alta de 28%, seguido por Paraná (26%) e Mato Grosso (19%). São Paulo e Bahia ficaram abaixo da média. No caso do potássio, o cenário é mais estável. Os preços ficaram próximos ao contrato anual da China e as importações de cloreto de potássio subiram 1,5%. As oscilações foram menores. As decisões foram mais fáceis no mercado de potássicos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.