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16/Oct/2025

Fertilizantes: Brasil muda o mix para reduzir custo

Segundo a StoneX, o Brasil mudou o mix de adubos em 2025 para reduzir o gasto por nutriente e manter a adubação, e pode encerrar o ano com recorde de consumo. A demanda é resiliente e ajustou o mix para preservar a adubação. Os dados mostram a troca. Até agosto, as compras somadas de sulfato de amônio e nitrato de amônio superaram as de ureia, algo que não ocorria desde 2015. No fósforo, até setembro as importações de fosfato monoamônico (MAP) caíram 22% na comparação anual, enquanto superfosfato simples (SSP) e misturas de nitrogênio e fósforo (NP) subiram 29%. Em quase nenhum momento do ano a ureia deu o melhor custo por ponto de nitrogênio; primeiro o nitrato de amônio foi mais vantajoso e, depois, o sulfato de amônio.

Para o produtor, a orientação é comparar custo por nutriente e dividir as compras do quarto trimestre em dois ou três lotes, travando quando a relação milho-nitrogênio estiver menos desfavorável. A troca de mix ocorreu em um ambiente de preços altos e relações de troca ruins. A relação soja-MAP voltou a níveis fracos, o que desestimula antecipações. A China limitou exportações de ureia, MAP e fosfato diamônico (DAP) para atender seu mercado, enquanto a Índia manteve licitações para repor estoques após as monções. Com menos produto disponível, os prêmios subiram. Na indústria, insumos básicos também pesaram: o enxofre avançou cerca de 90% desde janeiro e a amônia acumulou semanas seguidas de alta na Europa, comprimindo margens e limitando quedas no preço final.

Mesmo com custos elevados, o consumo doméstico seguiu firme. De janeiro a julho, as entregas cresceram 10% frente a 2024; as importações até setembro avançaram 7%. A produção local aumentou 7%, puxada por fosfatados como o SSP, mas continua abaixo de 2013 e não reduz a dependência externa de nitrogênio (N) e potássio (K). Em 2002, o País produzia 60% da ureia consumida; hoje, menos de 5%. No potássio, a produção caiu de 12% para menos de 3% do consumo. O Brasil importa quase tudo que usa e fica exposto às oscilações internacionais. Há diferenças regionais. Mato Grosso do Sul lidera as entregas, com alta de 28% em relação a 2024, seguido por Paraná (26%) e Mato Grosso (19%). A Região Centro-Oeste como um todo ficou próxima de 20% acima do ano passado; a Região Sul cresceu 16%. São Paulo e Bahia ficaram abaixo da média; a Bahia recuou 9%.

A sazonalidade segue o padrão: entregas mais fracas em março e abril; aceleração no segundo semestre com os preparativos da safra de verão (1ª safra); e, no fim do ano, menor tração em fósforo e potássio e maior demanda por nitrogenados para a 2ª safra de milho. Os preços do cloreto de potássio ficaram, em geral, próximos ao contrato anual da China e as importações cresceram 1,5% na comparação com 2024. Houve menos oscilação do que em N e P, facilitando decisões de compra. No horizonte, projetos podem ampliar a oferta local, como expansões em fosfatados em Minas Gerais, potássio em Autazes (AM) e a intenção da Petrobras de retomar a produção de nitrogenados. Esses movimentos levam anos para aparecer no volume; no curto prazo, a produção cresce de forma gradual. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.