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15/Oct/2025

Fertilizantes: foco no conflito entre Rússia-Ucrânia

Segundo a StoneX, com o cessar-fogo entre Israel e Hamas, a atenção dos mercados de insumos agrícolas voltou-se novamente para o conflito entre Rússia e Ucrânia, que continua como o principal fator de incerteza para os preços globais de fertilizantes. Uma eventual trégua no Leste Europeu poderia restabelecer fluxos comerciais e derrubar as cotações de nitrogenados, ao permitir que a Europa volte a operar com plena capacidade de produção. Com a paz no Oriente Médio momentaneamente resolvida, o mundo inteiro pode agora focar seus esforços na Rússia e na Ucrânia, e isso pode ter impactos massivos.

Países como Austrália, Canadá e boa parte da Europa deixaram de negociar com a Rússia desde o início da guerra, o que reduziu significativamente as exportações russas de ureia com nitrato de amônio e de amônia anidra. Se a paz for encontrada, esses fluxos podem voltar ao normal. E, se parte do acordo incluir a retomada do gás russo para a Europa, o preço do gás natural cai e a produção europeia de fertilizantes nitrogenados pode voltar a 100% da capacidade. Isso eliminaria uma das principais deficiências de oferta no mercado. O cessar-fogo no Oriente Médio, por sua vez, tem efeito limitado sobre o setor. Israel produz um volume modesto de potássio e exporta gás natural para o Egito, que utiliza o insumo para fabricar fertilizantes nitrogenados. Mas, isso não muda de forma estrutural o balanço global de oferta e demanda.

No curto prazo, o foco recai sobre a China, que exportou volumes elevados de ureia e fosfatos desde julho. O prazo de 15 de outubro para o início da desaceleração das exportações se aproxima sem sinal claro do que o governo chinês pretende fazer. Ainda não há nenhuma revisão oficial ou declaração dizendo que vão manter essa data. Se as exportações forem reduzidas, o mercado global de ureia e fosfatos deve ficar mais apertado, com menos competição e preços mais firmes, favorecendo produtores e tradings.

Caso o governo estenda o prazo, os compradores tendem a recuar e vendedores devem adotar posturas mais agressivas. A Índia fechou nesta terça-feira (14/10) uma licitação de ureia (compra pública). No leilão anterior, recebeu 5,6 milhões de toneladas em ofertas, mas comprou 2 milhões de toneladas. Ou seja, sobrou produto procurando destino e que deve reaparecer agora. O embarque vai até 10 de dezembro, janela longa que aumenta a concorrência entre fornecedores e pode aliviar preços se o volume oferecido for grande. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.