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13/Oct/2025

Fertilizantes: Petrobras atenderá 20% do mercado

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, oficializou o retorno das atividades da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) da Bahia, previsto para ocorrer até o final deste ano. A executiva reafirmou que, no futuro, a estatal atenderá 35% da demanda nacional por fertilizantes nitrogenados. As Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia e de Sergipe (Fafen-BA e Fafen-SE) voltarão a funcionar em janeiro de 2025. Com as Fafens e a Ansa (Araucária Nitrogenados, no Paraná) funcionando a plena carga, a Petrobras fornecerá 20% de todo o fertilizante nitrogenado de um país continental como o Brasil. Quando a Fafen III (Fábrica de Fertilizantes em Mato Grosso do Sul) ficar pronta, será possível atender 35% de todo fertilizante nitrogenado que o Brasil precisa. De acordo com a Petrobras, o retorno à operação das unidades da Bahia e de Sergipe permitirão a produção de amônia, ureia perolada e Arla-32, utilizando contrato que ainda inclui a operação dos Terminais Marítimos de Amônia e Ureia no Porto de Aratu, em Candeias, na Bahia.

O investimento na Fafen Bahia será de R$ 38 milhões, e a estimativa é de que sejam gerados 750 empregos diretos. A retomada da produção de fertilizantes pela Petrobras foi uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e um dos motivos da demissão do ex-presidente da estatal Jean Paul Prates, em 2024. E a estatal tem uma série de desafios para levar o plano adiante. Segundo especialistas, a retomada da produção exigirá a modernização das fábricas, e a escassez e o preço alto do gás natural tende a impactar os custos de produção. A estatal já chegou a ter uma participação importante no mercado brasileiro de fertilizantes quando estavam em operação suas três fábricas, que têm capacidade instalada de 2,87 milhões de toneladas por ano. A fábrica de Três Lagoas (MS), a UFN-III, cujas obras não foram finalizadas, se concluída terá capacidade para cerca de 1,3 milhão de toneladas de fertilizantes por ano.

A estatal, porém, havia saído desse setor, em 2019, como parte do plano de desinvestimento adotado no governo Jair Bolsonaro para que o foco fosse totalmente voltado à produção de petróleo e gás. No mercado, há muitas dúvidas sobre se essa é uma operação viável financeiramente, ou seja, se a Petrobras vai conseguir ter retorno para o seu investimento. A iniciativa privada tem evitado investir nessa área no País por causa dos custos muito altos. A Petrobras afirma, porém, que busca a atuação no negócio de fertilizantes de forma sustentável e com retorno financeiro. O consumo de fertilizantes no Brasil chegou a 45,8 milhões de toneladas em 2023. Desse total, apenas 6,8 milhões de toneladas foram produzidas no País, segundo números da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). Em 2013, como comparação, o consumo era de 30,7 milhões de toneladas, sendo que quase um terço era produzido no Brasil, 9,3 milhões de toneladas.

A Petrobras tem um compromisso com os acionistas e com a sociedade. O compromisso da Petrobras com a sociedade brasileira e com a geração de emprego é real, afirmou a presidente da estatal. Ainda, a Petrobras assinou contrato para a construção de seis novas embarcações do tipo ORSV (Oil Spill Response Vessel), barcos de apoio, especializados em atividades de controle de vazamentos em alto-mar, que serão executados no Estaleiro Enseada, em Maragogipe, pela CMM Offshore Brasil (Compagnie Maritime Monégasque). A Petrobras está retomando os investimentos na Bahia, depois de oito anos sem uma única encomenda para indústria naval. Os seis barcos de apoio serão produzidos neste estaleiro, gerando 5.400 postos de trabalho. Um investimento de R$ 2,6 bilhões nos próximos quatro anos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.