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09/Oct/2025

Rodovias: Panorama das Estradas Vicinais no Brasil

De acordo com o estudo "Panorama das Estradas Vicinais no Brasil" do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-Log), o Brasil deveria investir R$ 43,5 bilhões por ano em 2,2 milhões de quilômetros de estradas vicinais em todas as regiões do País para adequação das vias a um padrão mínimo de qualidade. Estradas vicinais são vias não pavimentadas, geralmente de terra ou com revestimento natural, que conectam áreas rurais entre si ou com centros urbanos. Cerca de 1,4 bilhão de toneladas de produtos agropecuários são movimentados por ano pelas estradas vicinais. Os produtos mais transportados por essas vias são cana-de-açúcar, cereais, leguminosas e oleaginosas, frutas, lavouras permanentes e temporárias, leite, madeira, milho, soja e produção animal.

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), investir em estradas vicinais garante o acesso da população aos alimentos, aumenta a competitividade do agro brasileiro e traz qualidade de vida para os produtores, trabalhadores e seus familiares que vivem no campo. O investimento nessas vias é uma política pública essencial, que vai além do escoamento da produção agropecuária. É também instrumento para ampliar o acesso da população rural a serviços básicos de saúde e de educação. Se a readequação e manutenção das vicinais for concentrada em regiões altamente prioritárias, o aporte necessário é de R$ 22,7 bilhões por ano. A definição de regiões de alta prioridade para as vias que demandam maior urgência em manutenção e recuperação foi feita com base, segundo o estudo, na relevância da estrada para o escoamento da produção agropecuária e as dimensões social, econômica, ambiental e de infraestrutura.

O estudo aponta que o Brasil possui cerca de 2,2 milhões de Km de estradas vicinais, distribuídas em 557 microrregiões. Desse total, 367 mil Km são estradas terciárias, aquelas com largura suficiente para dois veículos em sentido oposto ao mesmo tempo, e 1,8 milhão de Km (84,5%) são estradas "não classificadas", que são vias estreitas nas quais é possível a circulação de apenas um veículo por vez. Caso o investimento para adequação das estradas terciárias de um padrão mínimo de qualidade, o investimento necessário para os 367 mil Km é da ordem de R$ 10 bilhões ao ano para todo o País ou de R$ 4,9 bilhões ao ano em 177 mil Km de estradas terciárias em regiões altamente prioritárias, com custo anual de manutenção de R$ 35 mil por quilômetro. Além de essenciais para as comunidades locais, essas vias são a espinha dorsal para o agro, pois conectam propriedades rurais aos grandes corredores logísticos, facilitando o escoamento da produção até os portos ou centros de distribuição.

Atualmente, o prejuízo anual com as más condições dessas vias em custos operacionais é de R$ 16,2 bilhões. Com a melhoria do padrão das estradas, o custo poderá ser reduzido para R$ 6,4 bilhões por ano considerando custos de combustível, manutenção, insumos e mão de obra, uma economia líquida de R$ 11,3 bilhões nos custos operacionais. O estudo também revela que as estradas vicinais em padrão de "alta qualidade" reduziriam em 1 milhão de toneladas/ano as emissões de gás carbônico (CO2) em relação à situação atual. Para o estudo, o Esalq-Log analisou informações da Confederação Nacional do Transporte (CNT), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) e da plataforma colaborativa OpenStreetMap (OSM). Os pesquisadores também realizaram visitas de campo a oito microrregiões brasileiras para verificar in loco as condições das estradas vicinais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.