08/Oct/2025
Segundo a Argus, os embarques russos de fertilizantes tiveram retração de 23% em setembro, mantendo o arrefecimento visto em agosto. Os embarques de fertilizantes da Rússia alcançaram 8,98 milhões de toneladas entre janeiro e setembro, com pico em julho (1,15 milhão de toneladas). Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em setembro, as importações brasileiras caíram para 888 mil toneladas. O cloreto de potássio (MOP) segue como carro-chefe, respondendo por 5,50 milhões de toneladas (61% do total).
Ainda assim, a participação desse produto diminuiu de 74% em maio para 41% em setembro. Nesse momento em que o Brasil já se prepara para a safra 2025/2026, a atenção é para a importação dos nitrogenados. Em nitrogenados, especialmente cloreto de potássio, a demanda é constante, em especial de produto do Canadá, da Rússia e da Bielorrússia. O volume de nitrato de amônio saltou de 11,9 mil toneladas em janeiro para 161,4 mil toneladas em setembro (+1.252%), enquanto a ureia quase quadruplicou no mesmo período, chegando a 180,9 mil toneladas.
Apesar de a Rússia ter participação relevante na fabricação de ureia, esse é um mercado muito mais pulverizado. Mas, a tendência é que o Brasil siga comprando o fertilizante russo, dada a dificuldade dos importadores em suprir a demanda com outras origens. Atualmente, quase 100% da ureia usada pela agricultura brasileira é importada, totalizando cerca de 7 milhões de toneladas por ano. Agentes do mercado monitoram as compras da Índia, supridas pela China, e a redução da produção interna de ureia nos Estados Unidos, fatores que podem elevar a demanda a partir do 1º trimestre de 2026.
No segmento fosfatado, o fosfato monoamônico (MAP) somou 1,13 milhão de toneladas no ano, mas perdeu fôlego: caiu 74% do pico de abril (164 mil) a setembro (43 mil). O mix também mudou: formulados como NPK atingiram recorde de 123 mil toneladas em setembro (+111% sobre janeiro), sugerindo ajuste à demanda por adubos de maior valor agregado. Considerando todos os parceiros comerciais, a importação de adubos ou fertilizantes químicos (excluindo materiais naturais ou minimamente processados) totalizou 4,3 milhões de toneladas em setembro, avanço mensal de 63,5% e queda de 6,5% na comparação anual. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.