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08/Oct/2025

Diesel: Brasil está reduzindo as compras da Rússia

Segundo a StoneX, em meio à queda das importações brasileiras de óleos combustíveis de petróleo ao longo do ano, a Rússia registrou, em setembro, seu menor percentual de participação no fornecimento de derivados fósseis ao País desde março de 2023. O parceiro respondeu por apenas 22% do volume comprado pelo Brasil. Entre os fornecedores, os Estados Unidos ficaram com cerca de 51% do total, aponta levantamento baseado em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados na segunda-feira (06/10). A fatia russa no mercado brasileiro vem recuando desde julho, refletindo a crescente dificuldade do país em exportar derivados de petróleo após novos ataques ucranianos a centros de processamento no Leste Europeu. Algumas estimativas indicam uma redução da capacidade russa de refino entre 5% e 15% só em agosto. Essa menor disponibilidade de produção terminou por provocar um recuo no volume de diesel exportável.

Houve uma alteração relevante que, por ora, parece conjuntural, mas pode tornar-se estrutural diante dos obstáculos que a Rússia enfrenta para vender combustíveis a outras regiões. A recente escalada da tensão entre os países levou a Rússia a prorrogar, até o fim do ano, a suspensão das exportações de gasolina, além de limitar remessas de diesel ao mercado internacional, para assegurar o abastecimento interno. Além do conflito, a continuidade da redução do diferencial competitivo entre os preços praticados pela Rússia e outras referências internacionais também pesa sobre o ritmo de compras do Brasil. O fator explica não só o avanço dos Estados Unidos, como também a maior presença de produtos indianos nas importações, que subiram de 3,2% em 2024 para 4,22% no acumulado de 2025. A demanda doméstica está aquecida.

A projeção é de um recorde de consumo de diesel B pelo nono ano consecutivo, o que aumenta a necessidade de maior ingresso de diesel A no País (considerando a mistura obrigatória de diesel A e biodiesel para formar o diesel B vendido nos postos). Ainda assim, embora a participação de outros fornecedores tenha crescido, não é viável, por ora, que o Brasil reduza de forma mais rápida, ou suspenda, as compras do produto russo. O Brasil não consegue reduzir ainda mais a dependência do diesel russo devido ao atual contexto do mercado, com estoques globais abaixo dos patamares observados em anos anteriores. Com os Estados Unidos direcionando mais produto a mercados demandantes na Europa, a pouca oferta para o mercado manterá o Brasil dependente da parcela russa. A compra de óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) caiu 6,7% entre janeiro e setembro, enquanto as importações brasileiras totais aumentaram 8,2% no período, na comparação com igual intervalo de 2023. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.