07/Oct/2025
Diante da dificuldade para vender equipamentos que havia comprado para montar uma fábrica de hidrogênio verde em Camaçari (BA), a Unigel tenta criar uma joint venture com a alemã Ferrostaal para usar o maquinário adquirido na produção de e-metanol. As dificuldades no mercado de hidrogênio, porém, têm retardado uma decisão em relação ao negócio. Apesar de não ter iniciado as obras da fábrica, a Unigel comprou os equipamentos por US$ 60 milhões (R$ 320 milhões na cotação atual). Desse total, US$ 30 milhões compõem a dívida da companhia.
A empresa contratou o JP Morgan para tentar revender as máquinas, que estão na Europa, mas não encontrou interessados. A tentativa agora é fechar um contrato com a Ferrostaal para usar os equipamentos também em Camaçari. No lugar de produzir amônia a partir de hidrogênio verde, as empresas fabricariam e-metanol, combustível também feito com hidrogênio verde que tem potencial para ser adotado pelo setor marítimo para reduzir suas emissões de gases poluentes.
Em meio à crise financeira que atravessa há mais de dois anos, a Unigel desistiu de construir o que seria a primeira fábrica do País de hidrogênio verde. O projeto, cuja primeira fase havia sido orçada em US$ 120 milhões, previa para o fim de 2023 o início da fabricação local de hidrogênio e de amônia verde. Produzida a partir do hidrogênio verde, a amônia verde pode ser usada na fabricação de fertilizantes com uma pegada de carbono reduzida quando comparada à dos produzidos com gás natural.
A intenção da Unigel era, na primeira fase, produzir 10 mil toneladas por ano de hidrogênio verde e 60 mil toneladas de amônia verde. Na segunda fase, que deveria ter sido iniciada neste ano, a companhia iria quadruplicar sua capacidade. Os equipamentos comprados pela Unigel são três eletrolisadores. Essas máquinas separam as moléculas de hidrogênio e de oxigênio da água por meio de corrente elétrica. Fonte: Broadcast Agro.