02/Oct/2025
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), as exportadoras brasileiras de máquinas estão negociando com clientes dos Estados Unidos para contornar o impacto do tarifaço dos Estados Unidos e isso pode evitar o cenário de zeragem das vendas destes produtos ao mercado norte-americano. Em agosto, a Abimaq estimou que a sobretaxa aplicada a produtos brasileiros pelos Estados Unidos poderia levar as empresas de máquinas a pararem de exportar para o mercado norte-americano a partir de setembro. Porém, novas informações obtidas com fabricantes mostraram chance de este cenário não se concretizar.
As empresas estão discutindo sobre os prejuízos trazidos pelo tarifaço, inclusive se propondo a dividir o custo da tarifação entre exportadores e importadores, e projetos que já estavam em andamento não foram cancelados e devem continuar em andamento ao menos ao longo de 2025. Pode ser que a expectativa de zerar exportações não se concretize. As empresas ainda estão fazendo entregas. Alguns projetos foram cancelados logo de início, mas isso não foi o quadro geral. Muitas empresas mantêm contratos, e estão tentando ‘redesenhar’ a estrutura de comercialização. As empresas que direcionam a maior parte das exportações aos Estados Unidos provavelmente vão passar a distribuir estes produtos a outros países.
Ainda, o cenário econômico incerto e a consequente dúvida sobre a capacidade de cumprir a exigência de preservar empregos atua como obstáculo no curto prazo para que as empresas do setor de máquinas recorram aos financiamentos previstos no Plano Brasil Soberano. Como o cenário é incerto, as empresas não querem assumir a responsabilidade, pois não sabem se vão conseguir manter o quadro de funcionários. O Plano Brasil Soberano possui linhas de crédito para investimentos e capital de giro para mitigar o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos do Brasil.
Serão usados R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) como funding para a concessão do crédito a taxas menores que as do mercado. O acesso às linhas, porém, está condicionado à manutenção do número de empregos pelas empresas. Os recursos são importantes para as empresas financiarem as operações diárias ou comprarem máquinas e equipamentos com o objetivo de reduzir custos ou mudar o perfil das exportações; em vez de continuar exportando para os Estados Unidos, abrir novos mercados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.